UE sanciona sete pessoas acusadas de "desestabilizar" a Moldova
A União Europeia (UE) adotou hoje sanções contra sete pessoas na Moldova, moldavos e russos acusados de estarem ligados "aos esforços da Rússia para desestabilizar" esta pequena república vizinha da Ucrânia, muito frágil economicamente.
Esta decisão surge a dois dias da II Cimeira da Comunidade Política Europeia (CPE), que reúne cerca de vinte estados para além dos 27 Estados-membros da UE na Moldova.
Um pequeno país de três milhões de pessoas, "a Moldova é um dos países mais afetados pelas consequências da invasão ilegal da Rússia na Ucrânia: há tentativas sérias, crescentes e contínuas de desestabilizar o país", realçou o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, em comunicado.
As sete pessoas visadas terão os seus bens congelados na UE, onde estão proibidas de permanecer.
Esta decisão "envia um importante sinal político sobre o apoio da UE à Moldova num contexto difícil (...) Continuaremos a punir aqueles que desestabilizam a nossa vizinhança direta", acrescentou o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança Comum.
As pessoas sancionadas são "políticos e empresários de nacionalidade moldava ou russa que se envolveram em atividades desestabilizadoras", especifica o Conselho Europeu (órgão que representa os Estados-Membros) no comunicado de imprensa.
Alguns estão ligados a fraudes bancárias que resultaram em "enormes perdas" para as finanças públicas da Moldova, outros estão ligados a "esforços orquestrados pelo Kremlin" para "desestabilizar" a ex-república soviética planeando, por exemplo, "manifestações violentas e peculato financeiro, ou por apoiando os serviços de segurança russos (FSB).
"Os esforços para desestabilizar a Moldova intensificaram-se significativamente" desde a invasão da Ucrânia pela Rússia e "representam uma ameaça direta à estabilidade e segurança das fronteiras externas da UE", observa o Conselho Europeu.
O Conselho da UE tinha divulgado hoje que vai aumentar ajuda financeira à Moldova para 295 milhões de euros, quase o dobro da dotação prevista há um ano.
A ajuda financeira ao país tem o objetivo de estabilizar a situação económica e apoiar reformas estruturais.
"A Moldova pode continuar a contar com a UE. Continuaremos a apoiar a Moldova, também financeiramente. Dadas as circunstâncias atuais, é conveniente duplicarmos os fundos que disponibilizamos à Moldova", afirmou a ministra das Finanças sueca, Elisabeth Svantesson, aludindo ao conflito na vizinha Ucrânia.
O Conselho destacou os efeitos negativos da invasão russa da Ucrânia, lançada em fevereiro de 2022, na economia do país vizinho e descreveu o reforço da ajuda financeira como "uma resposta adequada" nas "circunstâncias excecionais atuais".
A Moldova recebeu o estatuto de candidato à entrada no bloco europeu em junho de 2022, poucos meses após o início da invasão russa no território ucraniano.