Cerca de 40 mortos em dois ataques terroristas no Burkina Faso
Cerca de 40 pessoas, incluindo Voluntários para a Defesa da Pátria, foram mortas em dois ataques alegadamente terroristas no Burkina Faso ocidental, segundo fontes locais e de segurança.
Os dois ataques decorreram no passado fim de semana.
No sábado, "um comboio de segurança" foi "alvo de um ataque de homens armados" perto de Bourasso, segundo um comunicado do governo da região de Boucle du Mouhoun, perto do Mali.
"O ataque provocou a morte de cerca de 20 pessoas, na sua maioria VDP [Voluntários para a Defesa da Pátria, auxiliares civis do exército]", disse um responsável local, que pediu o anonimato.
A província de Boucle du Mouhoun, que não mencionou qualquer morto, referiu "18 combatentes feridos" que "estão atualmente a ser tratados".
Confirmando o ataque, uma fonte de segurança, citada pela agência de notícias francesa AFP, disse que "o apoio aéreo utilizado após a emboscada permitiu detetar e neutralizar cerca de 30 terroristas", a nordeste de Bourasso.
No domingo, "um outro grupo [de presumíveis fundamentalistas] atacou a população de Ouakara, também na região de Boucle du Mouhoun, fazendo vítimas inocentes entre os habitantes", prosseguiu a mesma fonte, acrescentando que "estão em curso operações para proteger a população".
"Cerca de 20 pessoas foram mortas por assaltantes que irromperam na aldeia de Ouakara", a cerca de 100 quilómetros de Bourasso, disse à AFP um habitante local, acrescentando que "o balanço é provisório".
"Desde ontem [segunda-feira], várias pessoas deixaram a aldeia para se dirigirem a Nouna ou Dédougou, porque os terroristas deram um ultimato de 72 horas para desocuparem a aldeia", disse o morador.
A região de Boucle du Mouhoun, que faz fronteira com o Mali, registou um aumento dos ataques violentos nas últimas semanas.
O Burkina, palco de dois golpes de Estado militares em 2022, está numa espiral de violência terrorista desde 2015, que começou no Mali e no Níger, alguns anos antes, e que se estendeu para além das suas fronteiras.
Nos últimos sete anos, a violência custou a vida a mais de 10.000 civis e militares, segundo as ONG, e deslocou mais de dois milhões de pessoas.