PM diz que "o Brasil é um mundo e precisa conhecer Cabo Verde"
Cabo Verde mostrou-se hoje ao mercado brasileiro na Web Summit Rio, como um país para investimentos, com o primeiro-ministro cabo-verdiano a afirmar que "o Brasil é um mundo e precisa conhecer Cabo Verde".
"No Brasil nós precisamos de estar presentes. Mostrar que Cabo Verde existe", afirmou Ulisses Correia e Silva, em conferência de imprensa, depois de ter participado numa palestra na Web Summit, no Rio de Janeiro, em que procurou demonstrar as qualidades do país para investidores e nómadas digitais que queiram se instalar na ilha.
Além da presença do primeiro-ministro cabo-verdiano, o país está representado, desde segunda-feira, com duas 'startups', através do programa "GoGlobal", operacionalizado pela Cabo Verde Digital, num primeiro contacto do país com o mercado da América Latina neste setor na Web Summit, que reúne anualmente em Lisboa empreendedores, 'startups', investidores e líderes de empresas de tecnologia de todo o globo, e que foi alargado pela primeira vez ao Brasil.
"O Brasil conhece Cabo Verde por outras coisas, não conhece Cabo Verde por causa do digital", disse Correia e Silva, frisando que a intenção do país "é atrair o interesse do investidor brasileiro para Cabo Verde".
"Nós estamos próximos, três horas e meia Fortaleza-Praia", afirmou, piscando o olho ao turismo do gigante sul-americano.
Ulisses Correia e Silva disse ainda que o objetivo é estar cada vez mais presente no Brasil.
"Estamos a ver se preparamos um fórum de Cabo Verde no Brasil para pôr em contacto investidores cabo-verdianos e investidores brasileiros e apresentar o país", anunciou o primeiro-ministro de Cabo Verde.
O objetivo, frisou, passa por alterar a perceção do que é Cabo Verde, um país que, na sua opinião, evoluiu muito nos últimos 30 anos em áreas importantes como a tecnológica.
Procurando cativar nómadas digitais brasileiros para Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva afirmou que "é já uma realidade que existe em Cabo Verde", mas que ainda existe "muito por explorar" de forma a "aumentar o nível da participação do Brasil em todas as áreas da economia, comércio, na área da indústria, na área das tecnologias, economia azul".
Sobre o uso tecnológico nas mudanças climáticas, o primeiro-ministro de Cabo Verde disse ser uma matéria de "dimensão muito importante".
O país, apontou, tem sol, vento e mar, sendo que o objetivo passa agora por "transformar esse recurso em energia, utilizando mais investigação" para serem "muito mais eficientes nessa transformação de transição energética".
"Temos metas muito ambiciosas, o nível de penetração de energias renováveis em Cabo Verde é cerca de 20% neste momento e queremos atingir mais de 50% em 2030", sublinhou.
De acordo com dados oficiais, participam na primeira edição da Web Summit Rio 21.367 participantes de 91 países, 974 'startups', representando 28 setores.