Inundações e deslizamentos de terras no Ruanda já causaram 127 mortos
As autoridades ruandesas elevaram para 127 o número de mortos na sequência de inundações e deslizamentos de terras, provocados pelas fortes chuvas sazonais, que também destruíram muitas casas e cortaram estradas neste país africano.
A Presidência ruandesa divulgou o primeiro número oficial de mortos a nível nacional na tarde de terça-feira, após a Agência de Radiodifusão do Ruanda (RBA), que supervisiona os meios de comunicação audiovisuais estatais, ter anunciado 109 mortos, com base em dados do governo local.
"Até à data, 127 pessoas morreram nas províncias do oeste, do norte e do sul do país, após as fortes chuvas de terça-feira à noite", adiantou a Presidência.
Nos distritos mais afetados de Rubavu, Ngororero, Nyabihu (oeste), Gakenke, Burera, Musanze (norte) e Nyamagabe (sul), estão em curso operações para permitir a retirada e a deslocação temporária dos residentes das zonas afetadas e de alto risco, enquanto as chuvas continuam, acrescentou.
Imagens publicadas na conta Twitter da RBA mostram danos consideráveis, incluindo casas destruídas, telhados derrubados, estradas cortadas por deslizamentos de terras, campos inundados e deslizamentos de lama.
Em Rubavu, as pessoas foram apanhadas de surpresa. O rio Sebaya, que desagua no lago Kivu, a poucos quilómetros de distância, transbordou.
"Eu estava em casa com os meus filhos, mas conseguimos escapar antes do desmoronamento", disse Jane Munyemana à agência AFP.
De visita à cidade, o porta-voz adjunto do Governo disse que as autoridades estavam a organizar o acolhimento dos residentes em tendas e edifícios públicos, incluindo escolas.
"Nenhum deles deve passar mais uma noite nas suas casas, devem dirigir-se aos locais [de acolhimento] mais próximos", disse Alain Mukuralinda.
No distrito de Ngororero, mais a sul da província ocidental, as inundações do rio Nyabarongo cortaram a estrada principal, "tornando o distrito inacessível por estrada", acrescentou a RBA, alertando para o facto de o nível do rio "continuar a subir".
"Quando as cheias começaram, registaram-se enormes deslizamentos de terras que derrubaram árvores e engoliram a estrada. As nossas plantações também foram arrastadas", disse uma mulher entrevistada pela RBA na província do norte.
As chuvas sazonais na África oriental também foram mortíferas no Uganda.
Seis pessoas morreram num deslizamento de terras provocado pelas fortes chuvas na região de Kisoro, no sudoeste do país, não muito longe da fronteira com o Ruanda, segundo a Cruz Vermelha local.
Cinco das vítimas pertencem à mesma família da aldeia de Biizi, informou a organização.
As imagens divulgadas pela Cruz Vermelha do Uganda mostram pessoas a escavar num deslizamento de lama numa encosta e casas soterradas até ao telhado.