Cabo Verde e Angola são os lusófonos africanos que perderam liberdade de imprensa
Cabo Verde e Angola são os países de língua oficial portuguesa que desceram de posição no índice da liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), hoje divulgado.
Nesta 21.ª edição do 'ranking', Portugal deixa de pertencer aos países com uma situação muito boa em matéria de liberdade de imprensa, descendo da 7.ª posição no índice de 2022 para a 9.ª posição em 2023.
Entre os outros países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Cabo Verde mantém a descida registada já em 2022, e que o colocara na 36.ª posição, encontrando-se agora na 33.ª.
Igualmente em queda neste 'ranking' está Angola, que perde 26 lugares, ocupando a 125.ª posição.
No sentido inverso, Timor-Leste subiu sete posições, e está agora no 10.º lugar, logo a seguir a Portugal.
A Guiné-Bissau também subiu, neste caso para a 78.ª posição (mais 14), e o Brasil para a 92.ª (mais 14).
Moçambique, que em 2022 ocupava a 116.ª posição, subiu quatro lugares (102.º lugar) e a Guiné Equatorial regista a maior subida dos lusófonos, trepando 21 posições, embora se fique pelo 120.º lugar.
De acordo com a nota que acompanha a 21.ª edição do índice da liberdade de imprensa da RSF, algumas das maiores quedas ocorreram em África, como no Senegal (caiu 31 lugares e ocupa a 104.ª posição), sobretudo "devido às acusações criminais contra dois jornalistas - Pape Alé Niang e Pape Ndiaye -- e à forte diminuição da segurança do pessoal dos meios de comunicação social".
No Magrebe, a Tunísia (121.ª posição) desceu 27 lugares, "devido ao crescente autoritarismo do Presidente, Kais Saied, e da incapacidade do Presidente Kais Saied para tolerar as críticas dos 'media'".