EUA pede reforço de soldados para a fronteira com o México
O Presidente norte-americano, Joe Biden, pediu um reforço de 1.500 soldados para a fronteira entre Estados Unidos e México, afetada por um aumento de migrantes após o fim das restrições provocadas pela pandemia de covid-19.
O Governo norte-americano pretende que os soldados sejam enviados para realizar tarefas administrativas no âmbito alfandegário e de proteção de fronteiras, mas não para funções securitárias.
As restrições por causa da pandemia permitiram que as autoridades dos EUA rejeitassem dezenas de milhares de migrantes que cruzavam a fronteira com o México.
Estas restrições serão suspensas a partir de 11 de maio e as autoridades norte-americanas já fizeram mudanças para apertar as regras de passagem na fronteira.
As decisões do Governo de Biden replicaram medidas do seu antecessor, o Republicano Donald Trump, que enviou tropas para a fronteira para ajudar as patrulhas de fronteira no controlo de migrantes.
Neste momento, existem cerca de 2.700 membros da Guarda Nacional na fronteira com o México.
Hoje, o Pentágono aprovou este pedido de reforço de tropas, feito pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA, que administra a fronteira.
Na semana passada, funcionários do Governo anunciaram que iriam tentar rastrear rapidamente migrantes em busca de asilo na fronteira, bem como deportar aqueles considerados não qualificados e ainda penalizar os que cruzassem ilegalmente as fronteiras desde o México.
O Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, já reagiu hoje ao anúncio das autoridades norte-americanas, dizendo que o seu Governo "respeitará" o posicionamento de milhares de soldados dos Estados Unidos na fronteira comum.
"Faz parte dos seus poderes. Trata-se de um Governo independente e soberano. Eles tomam as decisões e nós respeitamos", disse López Obrador.
A fronteira entre o México e os EUA enfrenta um fluxo migratório sem precedentes, com mais de 2,76 milhões de imigrantes ilegais a serem intercetados pelos Estados Unidos, apenas no ano de 2022.
O México também registou um aumento anual de mais de 43% no número de "pessoas em situação irregular" no país em 2022.