“Próximo desafio eleitoral do BE será na Madeira”
Dina Letra assume como objectivo recuperar representação parlamentar na Assembleia Legislativa da Madeira
A coordenadora regional do Bloco de Esquerda, Dina Letra, afirmou hoje na sua intervenção na XIII Convenção Nacional do partido, que o “próximo desafio eleitoral do BE será na Madeira”.
"Precisamos de todas e de todos os militantes e simpatizantes, porque estas lutas não se fazem sem gente. Sabemos que o desafio é grande e as dificuldades são muitas, sempre o foi, mas acreditamos que juntos, em unidade de vontades e de acção, tornaremos possível o objectivo de voltarmos a ter representação parlamentar na Assembleia Legislativa da Madeira", assumiu.
O discurso de Dina Letra fica também marcado por críticas à governação do executivo PSD/CDS.
"Cresce o turismo, cresce a economia, crescem os lucros extraordinários e os dividendos, crescem as receitas do Governo e o suposto emprego. Vivemos na ilha das maravilhas, para os beneficiários dos vistos gold e das borlas fiscais, para os especuladores imobiliários e para as empresas que declaram os lucros nas offshores", acusa a bloquista.
Em contraposição nota que "crescem sem parar os preços dos bens essenciais, cresce de forma brutal a taxa de juro do crédito à habitação e os preços especulativos das casas e do arrendamento. Crescem as listas de espera no serviço público de saúde e a taxa de mortalidade. Cresce o número de alunos sem professor e os pedidos de ajuda ao Banco Alimentar. Cresce a pobreza do povo e a desigualdade". "Só não crescem salários e pensões", atira, recordando que "a Madeira é a região do país onde há maior risco de pobreza".
Quanto ao ambiente diz que "o Governo Regional prefere apostar no segmento luxo, nos vistos gold e nas nómadas digitais, e o mais importante, claro está, é apoiar as empresas", enquanto o combate à crise climática "é uma miragem e até a nossa floresta laurissilva, património natural e da humanidade está a ser alvo do maior assalto de sempre, na continuidade da política do betão para privilégio de alguns".
"Qualquer semelhança com a realidade nacional é pura coincidência, afinal de um lado temos um partido de direita, o PSD, e do outro o PS. O domínio do PSD-M é quase absoluto sempre disponível para qualquer tipo de coligação desde que se mantenha no poder: controla todo o tipo de associações, dispõe do braço armado, das Casas do Povo, que converteu em IPSS, tem o PRR para distribuir pelos mesmos de sempre; os órgãos de comunicação social são hoje pertença dos grandes grupos económicos, grupos estes que cresceram na sombra do Governo regional e do erário público. Tudo está controlado", reforça.
"O BE-M deverá assumir-se como alternativa a este modelo económico, capitalista e elitista, escravizante do povo; de lutar contra todas injustiças e desigualdades; contra topo o tipo de democracia musculada que ali se vive, contra a hegemonia de um partido que, com a arrogância da maioria absoluta, se apropriou do governo e da Autonomia, e que se esqueceu do essencial: o povo. Há tanto por fazer pela Madeira e cá estamos prontos para o desafio", concluiu.
A Madeira leva à XIII Convenção Nacional do Bloco de Esquerda, que se realiza este fim-de-semana, no Pavilhão Casal Vistoso, 17 delegados.