Madeira

Discussão sobre o novo aeroporto em Lisboa "é também um problema" da Madeira

Governante lamenta que se continue a observar uma "lamentável, completa e antipatriótica desconsideração da opinião" sobre a localização do novo aeroporto

None

O novo aeroporto de Lisboa “é também um problema” da Madeira. Qualquer que seja a decisão sobre a localização que está a ser discutida “há mais de 50 anos” pelo Governo da República, Pedro Fino espera que “o que vier a ser decidido, partindo do princípio que um dia será decidido, não nos afaste ainda mais” da capital portuguesa.

No discurso que o secretário regional dos Equipamentos e Infra-estruturas preparou e levou até ao Porto Santo, onde decorrem as Jornadas Insulares de Engenharia, ficou bem expressa a preocupação dos governantes madeirenses continuarem a “observar uma lamentável, completa e antipatriótica desconsideração da opinião” que os madeirenses, porto-santenses e açorianos têm sobre a matéria.

Há grupos de trabalho criados para discutirem o tema aeroporto. Porém, as duas regiões autónomas continuam colocadas à margem dessa discussão.  Pedro Fino

O governante lembrou, a este propósito, que “as ligações aéreas têm uma importância fundamental na nossa relação com o exterior”, pelo que “os nossos direitos de mobilidade e os imperativos de uma cada vez maior coesão territorial e social exigem que” os Governos Regionais tudo façam para assegurar às populações insulares “as ligações mais fáceis e cómodas possíveis com as restantes parcelas do território nacional”.

“É urgente que o país disponha de um aeroporto capaz que garanta a todos os cidadãos um fácil acesso à capital. Mas, por este andar, só o teremos daqui por 20 anos, dada a manifesta incapacidade do Governo da República em decidir e executar essa obra. Efetivamente, é lamentável a inércia do Estado. Fala-se há mais de 50 anos da necessidade de um novo aeroporto de Lisboa. Porém, nem há ainda sequer uma localização definida. Só esperamos que o que vier a ser decidido, partindo do princípio que um dia será decidido, não nos afaste ainda mais do nosso direito de acesso a serviços que a macrocefalia de Lisboa continua a manter ciosamente guardados na capital”, afirmou Pedro Fino.

Bastonário dos Engenheiros desafia Madeira a ser co-proprietária da SATA Internacional

Augusto Ferreira Guedes defende uma política de mobilidade aérea estruturada e menos dependente da TAP e das companhias estrangeiras

É claro que a continuidade territorial, e o desiderato de assegurar uma boa mobilidade dos povos insulares, depende das companhias aéreas que nos servem. Neste momento, na Região Autónoma da Madeira operam 52 companhias. Nos primeiros anos do aeroporto o movimento aéreo resumia-se a cinco rotas. Actualmente, esse movimento atinge o número muito significativo de 137 rotas. Encontramo-nos, pois, menos dependentes da TAP. Ainda assim, não podemos deixar de considerar lamentável o serviço que a nossa companhia de bandeira presta aos madeirenses e porto-santenses, não obstante as suas obrigações de serviço público, fruto da má gestão dos últimos anos com responsabilidades políticas claras. Sabemos que a TAP vai passar a ser gerida por alguém com sensibilidade para os problemas que decorrem da insularidade. É uma janela de esperança que se abre para todos nós. Oxalá que com a brevidade possível possamos voltar a dizer que a companhia aérea portuguesa é outra vez uma companhia verdadeiramente nacional pela forma como nos ajudar a ultrapassar a descontinuidade territorial que tanto nos penaliza. Pedro Fino