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UE condena ataques 'jihadistas' na Somália após ofensiva contra missão da União Africana

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A União Europeia (UE) condenou hoje o ataque perpetrado pelo grupo 'jihadista' somali Al Shabab contra uma base militar da Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS), ainda sem um número de vítimas confirmado.

"Este último ataque a soldados que realizam operações de apoio à paz na Somália apenas reforça o nosso compromisso de apoiar a região e responsabilizar os responsáveis por esses ataques hediondos contínuos contra cidadãos somalis e aqueles que procuram estabilizar a situação no país", destacou a porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), Nabila Massrali, em comunicado.

O ataque ocorreu na cidade de Bulo Marer, no sul, na região de Lower Shabelle e a cerca de 120 quilómetros de Mogadíscio, onde a ATMIS tem uma base administrada por membros do Exército do Uganda, divulgou a UA na sua conta na rede social Twitter, sem fornecer dados sobre possíveis vítimas.

A UA divulgou que aquela base operacional foi atacada por elementos do Al Shabab que utilizaram "carros-bomba" e "homens-bomba" para atingir militares.

Posteriormente, "houve confrontos entre os terroristas e os militares do ATMIS", que conseguiram "destruir as armas na posse dos militantes do Al Shabab que se retiraram", acrescentou a UA.

Por seu lado, o Al Shabab emitiu um comunicado onde assegurou que "combatentes" do grupo "invadiram com sucesso a base, assegurando os seus perímetros e assumindo o controlo do seu posto de defesa" e causando a morte "a 173 militares".

A organização 'jihadista' sublinhou ainda que os agressores apreenderam veículos e armas militares e capturaram vários "cruzados ugandeses vivos como prisioneiros de guerra", embora estas alegações não possam ser verificadas de forma independente, noticiou a agência Efe.

Atualmente, a missão da UA conta com cerca de 20 mil soldados na Somália, a maioria de Uganda, Burundi, Quênia, Djibuti e Etiópia, que lutam contra o Al Shabab.

O Presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, anunciou em agosto passado uma "guerra total" contra o Al Shabab e, desde então, o Exército somali, apoiado pela ATMIS, tem levado a cabo ofensivas contra os terroristas, por vezes com a colaboração militar dos EUA.

Em resposta, o grupo 'jihadista' realizou ataques poderosos, como a ofensiva com dois carros-bomba contra o Ministério da Educação em Mogadíscio, que causou a morte de pelo menos 120 pessoas em 29 de outubro.

A Al Shabab, afiliada à Al Qaeda desde 2012, realiza frequentemente ataques em Mogadíscio e outras partes do país para derrubar o governo central - apoiado pela comunidade internacional - e estabelecer um Estado Islâmico Wahhabi (ultraconservador).

O grupo 'jihadista' controla áreas rurais no centro e sul da Somália e também ataca países vizinhos como Quénia e Etiópia.

A Somália vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um governo efetivo e nas mãos de milícias islâmicas e senhores da guerra.