Custo dos serviços públicos afecta estabilidade dos clubes sociais na Venezuela
O uso do dólar norte-americano e o custo elevado dos serviços públicos está a afetar os clubes sociais na Venezuela, podendo levar alguns a fechar, alertou a Associação Venezuelana de Clubes Recreativos (AVCR).
"Há clubes em que a desproporcionalidade dos custos não faz sentido. Há clubes, por exemplo, na zona leste de Caracas que se pagarem como deviam serviços", como saneamento, recolha de lixo ou eletricidade, "teriam de fechar" porque os preços são elevados e estão fixados em dólares norte-americanos, disse o presidente da AVCR, Raul Cihen, à Unión Rádio, na quinta-feira.
Cohen explicou que os clubes são também afetados pela "voracidade fiscal" dos crescentes impostos municipais e pediu ao Governo venezuelano para se reunir com representantes dos clubes e debater a situação, sublinhando que a atividade dos clubes é importante.
"No país, existem 176 clubes ou associações sociais, que geram entre 1,5 milhões e 1,8 milhões de empregos diretos e indiretos, com benefícios para as comunidades próximas. Se olhamos para qualquer clube grande, como a Irmandade Galega, o Centro Português ou o Clube Porto Azul, são como autarquias que têm tudo", explicou.
O presidente da AVCR indicou que durante a pandemia da covid-19 os clubes recreativos estiveram mais de oito meses encerrados, mas que atualmente "todos estão operacionais, obviamente com algumas deficiências".
Na Venezuela, disse, há clubes sociais onde as pessoas acodem por interesses próprios, com fins recreativos e outros que fazem parte das tradições transmitidas de geração em geração, como a Irmandade Gallega, o Clube Hebraica, o Centro Italo-venezuelano e o Centro Português.
Por outro lado, precisou que tanto os clubes de Caracas como os do interior do país, "sofreram e estão a sofrer um declínio" causado pela migração de jovens associados e empregados para outros países.