Rússia lamenta ausência de progressos na investigação à sabotagem do Nord Stream
A Rússia convocou hoje os embaixadores da Alemanha, Dinamarca e Suécia para expressar "fortes protestos" sobre a alegada falta de resultados das investigações nacionais sobre a sabotagem dos dois gasodutos Nord Stream no Mar Báltico, em setembro de 2022.
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia refere que os diplomatas russos queixaram-se aos embaixadores sobre a "incapacidade" dos respetivos países de assegurar investigações transparentes devido à recusa das autoridades alemãs, dinamarquesas e suecas em cooperar no caso com a Rússia.
Moscovo protestou igualmente contra a falta de resposta aos pedidos do primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, para que os três países autorizassem a empresa de gás russa Gazprom, a operadora do gasoduto, a participar na investigação.
"A falta de interesse dos países acima mencionados em esclarecer as verdadeiras circunstâncias desta sabotagem ficou clara. Pelo contrário, com as suas ações, estão claramente a arrastar o tempo e a tentar esconder os vestígios e os verdadeiros autores do crime, que, como pensamos, são países bem conhecidos", afirmou a Rússia.
Moscovo responsabilizou os países "anglo-saxónicos", liderados pelos Estados Unidos, pela sabotagem, que qualificou de "terrorismo internacional".
As autoridades suecas afirmaram em abril que ainda não era claro quem estava por trás da sabotagem dos gasodutos Nord Stream 1 e Nord Stream 2 em setembro do ano passado e que a investigação de um caso "complexo" continuava.
No total, foram localizadas duas fugas em cada gasoduto (ambos fora de serviço), duas na zona dinamarquesa e duas na zona sueca, todas em águas internacionais, que os governos em causa classificaram imediatamente como um ato de sabotagem, apontando também um ator estatal como culpado.
O Nord Stream, que entrou em funcionamento em 2011, tinha sido encerrado antes do incidente, primeiro para "trabalhos de manutenção de rotina" e depois devido a uma alegada fuga de petróleo na única estação de compressão russa ainda operacional e que a Rússia alegou não poder reparar devido às sanções ocidentais.
Por sua vez, o Nord Stream 2 nunca chegou a estar operacional porque a Alemanha bloqueou a sua certificação mesmo antes da intervenção militar da Rússia na Ucrânia.