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Bruxelas aprova sem reservas fusão de Credit Suisse e UBS

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A Comissão Europeia aprovou hoje, sem reservas, a fusão do banco suíço Credit Suisse e do grupo UBS por considerar que não "suscita preocupações" em matéria de concorrência na União Europeia (UE), após a aquisição de emergência.

"A Comissão Europeia aprovou incondicionalmente, ao abrigo do Regulamento das Concentrações da UE, a fusão entre o Credit Suisse e o UBS", por concluir que "a operação não suscita preocupações em matéria de concorrência no Espaço Económico Europeu", informa a instituição em comunicado hoje divulgado.

Após ter investigado esta fusão, os serviços de concorrência do executivo comunitário apontam que "a concentração não reduz significativamente a concorrência nos mercados em que as suas atividades se sobrepõem", até porque esta entidade resultante da fusão "continuará a enfrentar uma pressão concorrencial significativa por parte de um vasto leque de concorrentes em todos esses mercados, incluindo vários grandes bancos mundiais, bem como fornecedores especializados e fortes operadores locais".

Por essa razão, "a Comissão concluiu que a concentração projetada não suscita problemas de concorrência em nenhum dos mercados examinados no Espaço Económico Europeu e autorizou incondicionalmente a operação", adianta a instituição.

Em março passado, o UBS aceitou adquirir o Credit Suisse por 3.000 milhões de francos suíços (o equivalente em euros) com garantias sólidas dadas pelas autoridades da Confederação Helvética.

Após esta 'luz verde' comunitária, a fusão entre os dois grupos bancários deverá estar concluída nas próximas semanas.

O UBS e o Credit Suisse são ambos bancos suíços de investimento multinacionais e empresas de serviços financeiros e, no Espaço Económico Europeu, as atividades das empresas sobrepõem-se na gestão de património e de ativos, bem como na banca de investimento.

Ao nível mundial, o UBS deverá agora consolidar a sua posição de 'gigante' na gestão de fortunas.

O UBS já era o 'número um mundial' na gestão de fortunas, enquanto o Credit Suisse disputava com o norte-americano Morgan Stanley o segundo lugar nesta matéria.

Com a fusão, o UBS passa a estar à frente de mais de cinco biliões de dólares (4,59 biliões de euros) de ativos investidos.

A operação agora aprovada foi notificada à Comissão Europeia no final de abril passado.

Neste período, enquanto se aguardava a análise da fusão pelo executivo comunitário, as partes solicitaram a Bruxelas uma derrogação à obrigação de suspensão, a fim de permitir ao UBS aplicar medidas específicas, incluindo o encerramento da operação, dadas as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Credit Suisse e o consequente risco para a instabilidade financeira.

Segundo a nota à imprensa, a Comissão Europeia considerou que, neste caso específico, "estavam reunidas todas as condições para a concessão de uma derrogação e que o risco de danos sistémicos para terceiros e para o setor bancário compensava qualquer ameaça potencial para a concorrência resultante de um encerramento antecipado da operação".

Cabe à Comissão Europeia avaliar, na UE, as fusões e aquisições que envolvem empresas com um volume de negócios avultado e de impedir concentrações suscetíveis de afetar significativamente a concorrência europeia.