País sem emenda

Já aqui o dissemos e não nos cansamos de repetir. Toda a gente tem direito à vida, como é lógico, racional e, diríamos, obrigatório, só que nem toda a gente tem direito a ser Ministro, Secretário, Deputado, Autarca, Diretor ou Presidente do que quer que seja, muito especialmente, de Instituições de responsabilidade, onde estejam em causa os interesses de um País e, consequentemente, do seu povo.

Ter um “dr” antes do nome e uma filiação partidária, não são atributos (nem têm sido) suficientes para o desempenho de funções de enorme responsabilidade como temos assistido neste País.

Além da indispensável competência, de alguma maturidade, de ter a noção do que está fazendo ou mandado fazer, exige-se aos ocupantes de cargos públicos, ética, nobreza de caráter, profissionalismo sério, dignidade nas suas palavras e nos seus atos, de modo a serem um (bom) exemplo e não os principais contribuintes para darem uma imagem de “barco sem arrais” de um País, não só face ao seu povo, como perante todos os países por esse mundo fora.

Para estas senhoras e senhores há o DEVER E OBRIGAÇÃO de cumprirem os mandatos (ou funções de chefia) com RESPONSABILIDADE, na íntegra defesa dos interesses do País e de todo um povo que, aliás, lhes paga chorudos ordenados, banhados em regalias sociais, algumas das quais, ofensivas aos trabalhadores comuns.

Por “amor à camisola” já nem nos campos de futebol se verifica.

- Também estranhamos o silencio dos “antifascistas “ . Não, aqueles, coitados, que se dizem antifascistas porque ouvem os outros dizerem, mas referimo-nos aos “burgueses antifascistas”, acérrimos defensores desta democracia e deste socialismo e que, em cada intervenção pública que fazem, apavorados, lembram o perigo do populismo, do que representa para a sociedade o crescimento galopante de partidos mais radicais.

Pois, mas são estas cenas e comportamentos - que deles não se ouve uma palavra - que têm tanto de aberração quanto de grave e de irracional, que as televisões e jornais vão trazendo ao conhecimento público, a juntar a outros atos, provavelmente ainda mais sérios, onde envolve a corrupção, o desempenho insatisfatório da justiça, as desigualdades sociais e outros “condimentos” de que este regime político (anónimo) é fértil que levam ao nascimento e crescimento de forças totalitárias.

Mas tenham eles a certeza. O povo não quer o regresso à ditadura, mas já vai pedindo alguém que meta na ordem os que se julgam donos do Estado, os que pensam que a coberto da liberdade podem fazer ou permitir que façam o que querem e entendem em prol dos “tachos” que sustentam.

Pessoalmente, devo confessar. Uma das coisas que peço a Deus é que, se já me deu a gloriosa possibilidade de ver bandos de fascistas a baterem com os “calcanhares no rabo “, não me deixe morrer sem que o mesmo veja acontecer a muitos dos seus “descendentes” há quase 50 anos disfarçados de democratas, socialistas, comunistas e afins.

Os “ideais de Abril” visavam acabar com as “moscas” que giravam à volta de um regime político apodrecido pelo tempo e pelas ações e não de substituir as “moscas” e manter com outra cara a podridão existente.

Quem não sabe que fique sabendo.

Juvenal Pereira