Manifestantes em Miami chamam "fascista" e "racista" a DeSantis
Cerca de 100 pessoas, a maioria na faixa dos 20 anos, manifestaram-se hoje em Miami contra o governador da Florida e candidato às primárias republicanas de 2024, Ron Desantis, a quem rotularam de "racista" e "fascista".
Os manifestantes reuniram-se num parque no centro financeiro da cidade, a partir de onde marcharam até um hotel onde está a decorrer uma reunião de apoiantes e doadores de DeSantis e onde se acredita estar o governador.
O republicano de 44 anos apresentou hoje a declaração de candidatura às eleições presidenciais do próximo ano, algumas horas antes de uma conversa 'online' com o CEO (diretor executivo) da rede social Twitter, Elon Musk.
Os manifestantes carregavam faixas com 'slogans' como "o bom povo da Florida levanta-se contra DeSantis", "Opomo-nos ao fascismo", "DeSantis Nunca" ou "DeSantis contra a classe trabalhadora", entre bandeiras com as cores do arco-íris, em representação da comunidade LGBTQ (sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero).
Durante a marcha para o hotel, foram ouvidas frases como "o meu corpo, as minhas regras" ou "DeSantis racista".
Miss Miei, da organização Decrim 305, que se definiu como "trabalhadora sexual", disse à agência espanhola EFE que se pronunciou porque "as políticas de DeSantis são um perigo para toda a sociedade".
Tomás Jiménez, um jovem nascido no Chile, mas que mora nos Estados Unidos desde os 2 anos, argumentou que se DeSantis vencer as primárias republicanas, "seria um desastre para o país".
O jovem também disse que "o fascismo não é bem-vindo na Florida".
Durante a concentração e a marcha subsequente não houve incidentes e a presença policial foi relativamente discreta quando chegaram ao hotel, ponto final do protesto.
Nos últimos meses, várias organizações de direitos civis denunciaram a "hostilidade" legislativa de Ron DeSantis em relação a grupos minoritários.
A Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP, na sigla em inglês) emitiu um alerta aos seus membros para viagens ao estado do sul, diante das "tentativas agressivas do governador de apagar a história dos afro-americanos e restringir programas de diversidade, equidade e inclusão nas escolas da Florida".
A Florida é "abertamente hostil aos afro-americanos, pessoas de cor e pessoas LGBTQ", disse a NAACP.
A Liga dos Cidadãos Latino-Americanos Unidos também emitiu um alerta semelhante, assim como duas organizações LGBTQ: a Equality Florida e a Human Rights Campaign.
No seu segundo mandato como governador, DeSantis reforçou a sua agenda ultraconservadora com leis que restringem ainda mais o aborto, proíbem que identidade de género e orientação sexual sejam abordadas nas escolas ou eliminam programas de diversidade racial em universidades públicas.
Em julho, entrará em vigor uma das leis de imigração mais rígidas dos Estados Unidos, que equiparará imigrantes indocumentados a criminosos e punirá aqueles que os ajudarem.