Um problema de mobilidade
Governo agendou debate sobre acessibilidades terrestres. Isto porque o que era rápido no final do século passado hoje tornou-se lento
Boa noite!
Ficou hoje definido que o próximo debate parlamentar mensal com o Governo Regional, a realizar-se de hoje a uma semana, terá como tema, por escolha do próprio executivo, “as acessibilidades terrestres”.
Para desgosto dos que pensavam ter nova oportunidade para dissertar sobre os requentados dossiers, já com trabalho feito em arquivo, desta vez será preciso aprender depressa e bem algo de sustentado sobre a mobilidade urbana e interurbana, que é bem mais do que dar palpites sobre onde devem ser construídas novas vias ou como resolver os problemas de trânsito, se com semáforos ou com rotundas, com polícia em cada esquina ou com bom senso automobilístico.
É oportuno debater uma questão transversal, devidamente estudada e com bons exemplos noutras capitais do mundo, já que, como toda a gente nota, o que era rápido no final do século passado hoje tornou-se lento, aquilo que foi projectado como excelente para o final dos anos 90 é agora um drama e os velhos hábitos e rotinas tendem a alterar-se de forma acelerada.
Numa ilha em que todos os anos as vendas de carros aumentam e em que o número de carros a circular cresce, pois os novos vão coexistindo demoradamente com os usados; num destino em que o perfil do turista mudou, com o excursionista em grupo a dar lugar ao aventureiro curioso por conta própria e de gps na mão, o que explica – como demos conta recentemente - a criação de 23 novas rent-a- car; numa terra em que a orografia não recomenda esticões feitos a pé e em que os transportes públicos não são ainda atractivos, por causa de horários desfasados da realidade; numa Região nem sempre gerida com visão de longo prazo, logo, muito dada a contentamentos de circunstância… é normal que seja necessário tomar medidas na gestão pública dum problema que, por sinal, não foi sentido, quando os madeirenses descobriram os encantos do teletrabalho, entretanto, e nalguns casos, riscado das opções laborais, devido a abusos inconcebíveis.
Que governantes e deputados façam trabalho de casa sério de modo a deixarem soluções aplicáveis no caos por vezes instalado, mesmo sabendo que muitos congestionamentos derivam de aselhices diversas, da condução agressiva egoísta e do terrível mau hábito de usar telemóvel ao volante.