Costa afirma que "ruído mediático" serve para tornar invisível trabalho do Governo
O primeiro-ministro afirmou hoje que o ruído mediático em torno de "casos e casinhos" visa criar um ecrã para tornar invisível a ação do seu Governo e considerou que na oposição vale tudo para atacar o executivo.
Esta posição foi transmitida por António Costa no debate parlamentar sobre política geral, depois de ter defendido a tese segundo a qual o trabalho do seu executivo é pouco audível "perante o ruído mediático com cada caso e com cada casinho".
"Esse ruído existe para servir de ecrã e tornar invisível o trabalho que estamos a fazer para executar serena e compassadamente o nosso programa de Governo", sustentou.
Na perspetiva do primeiro-ministro, aquilo que apelidou de "casos e casinhos servem para que a oposição nunca trate das questões de fundo", apontando então como exemplo as questões em relação do futuro da TAP, "em que há assuntos sérios a discutir".
Na sua intervenção, o primeiro-ministro assinalou que o fundamento da criação da comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão TAP, inicialmente, residia no facto de a anterior administração da empresa ter pago uma indemnização a uma antiga administradora, Alexandra Reis, depois nomeada secretária de Estado do Tesouro.
A seguir, segundo António Costa, um relatório da Inspeção Geral de Finanças (IGF) comprovou que esse pagamento foi ilegal e que teve uma consequência "óbvia: A demissão de dois administradores que a IGF identificou como responsáveis pelo pagamento daquela indemnização ilegal".
"Pergunto o que diria a oposição se, perante aquele relatório, o Governo não tivesse demitido a ex-presidente [executiva] e o chairman da TAP? O que estaria a dizer a oposição?", questionou.
O líder do executivo comentou depois que, agora, "a oposição censura o Governo por ter demitido quem pagou uma indemnização ilegal. É extraordinário, porque tudo vale desde que seja contra o Governo".