Época desastrosa
Clubes madeirenses que estoiraram dinheiro público e perderam relevância, devem prestar contas aos contribuintes
Boa noite!
A época desportiva foi nefasta para vários clubes madeirenses no futebol, no andebol e no basquetebol, todos eles vítimas de maus resultados, ansiedades descontroladas e défices de gestão.
Entre os miseráveis da época, Marítimo, Nacional, Associação Desportiva Machico, CAB, Sports Madeira não têm grandes motivos para sorrir. Uns foram já despromovidos. Outros lutam ainda pela manutenção. Todos recebem verbas públicas para cuidarem da formação, das infra-estruturas e do espectáculo. Todos claudicaram sem que males maiores lhes sejam imputados.
As responsabilidades na perda de relevância e de prestígio são díspares. Só que enquanto alguns assumem as implicações do naufrágio, outros encolhem os ombros, à espera que a tormenta passe, o povo se esqueça do desnorte e o dinheiro fresco entre de novo na equação.
No CAB, a direcção demissionária entendeu que para melhor defender o interesse do clube era importante permitir que outros sócios possam trazer “novas ideias, disponibilidade e perspectivas” rumo a um futuro próspero". E nas restantes colectividades? A culpa é só do tempo, das arbitragens, dos azares, das viagens, do mau planeamento e dos argumentos de circunstância usados para disfarçar fracassos? E a tutela? Já chamou à pedra quem não fez bom uso dos apoios públicos e pedagogicamente exigiu emendas aos desempenhos desastrosos?
Quantos aos que escaparam por pouco ao enxovalho ou os que conquistaram importantes feitos mais não fizeram do que honrar a camisola e lutar com abnegação por sonhos traçados. Não é coisa pouca, mas não é mais do que um dever ético.