A Guerra Mundo

Enviado chinês poderá visitar Moscovo na sexta-feira

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Foto EPA

O representante especial da China para os assuntos eurasiáticos, Li Hui, deverá visitar Moscovo na sexta-feira, para conversações sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia, noticiou hoje a agência oficial russa TASS.

"Espera-se que seja em 26 de maio", disse uma fonte à agência russa, que não a identifica.

O porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, não confirmou nem desmentiu a informação, dizendo que "todos os pormenores" da viagem de Li estavam ainda a ser discutidos.

"Quando houver clareza sobre o programa da estada, comunicaremos tudo", acrescentou, citado pela agência espanhola EFE.

Li foi mandatado pelo Presidente da China, Xi Jinping, para estabelecer consultas sobre a guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês anunciou anteriormente que o enviado especial da China iria visitar a Rússia, a Alemanha, a Polónia, a Ucrânia e a França.

Li esteve em Kiev em 16 e 17 de maio, para reuniões com o Presidente Volodymyr Zelensky, o chefe do gabinete presidencial, Andriy Yermak, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba.

O enviado chinês disse a Zelensky que "todas as partes devem criar condições para acabar com a guerra" e que Pequim tudo fará para ajudar a que isso seja possível, segundo um comunicado do Governo de Pequim.

Admitiu também não haver uma solução fácil para o conflito.

Na sexta-feira, Li visitou Varsóvia, onde se reuniu com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Wojciech Gerwel.

Em comunicado, Gerwel referiu-se ao plano de paz de Zelensky "como uma boa base para a resolução do conflito".

Gerwel reafirmou que "a única solução aceitável (...) é a retirada das tropas russas e a devolução do seu território" à Ucrânia.

A Polónia pediu ainda à China que "condene a agressão russa e tente influenciar a Rússia a respeitar o direito internacional".

Em Varsóvia, o enviado chinês disse que "a situação na Ucrânia não serve os interesses de ninguém" e reafirmou que "não existe uma solução fácil" para o conflito.

No primeiro aniversário da invasão da Ucrânia, a que a Rússia chama uma "operação militar especial", a diplomacia chinesa divulgou um documento de 12 pontos com propostas para uma resolução política da crise ucraniana.

O documento inclui apelos para um cessar-fogo e à defesa dos interesses legítimos de todos os países no domínio da segurança e da integridade territorial, entre outras questões.

O plano de paz de Zelensky exige a retirada russa de todo o território da Ucrânia, incluindo a Crimeia, que Moscovo anexou em 2014, e as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, anexadas em setembro de 2022.

A Rússia recusa as exigências ucranianas e afirma que Kiev tem de se conformar com a nova realidade.

A guerra na Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desconhece-se o número de baixas e civis em 15 meses de combates, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm admitido que será elevado.