O repto lançado pelo PS é para que o PSD vá para a rua e conheça a realidade e os problemas dos madeirenses, ao invés de se limitar a "estarem «fechados no Parlamento» ou fazerem meras «visitas guiadas pelo regime»". Rui Caetano endereça este desafio aos social-democratas que estão na Madeira para as jornadas parlamentares do partido.

O líder parlamentar do PS-Madeira afirma que estes apenas conhecem a “realidade paralela construída pela propaganda do PSD e do Governo Regional”. 

Rui Caetano dá conta da duplicação das listas de espera desde que Miguel Albuquerque tomou posse como presidente do Governo, referindo que estas atingiram os cerca de 118 mil actos médicos em espera. O líder parlamentar socialista desafiou os deputados do PSD a irem falar com os milhares de madeirenses que aguardam por cirurgias, consultas ou exames complementares de diagnóstico e com "aqueles que não conhecem o seu lugar nas respectivas listas de espera, porque não há transparência no processo nem foram definidos tempos máximos de resposta garantidos".

Além disso, recorreu ao exemplo da falta recorrente de medicamentos para doenças como o cancro. Tentem explicar aos madeirenses por que razão é que é na Madeira que o cancro mais mata em todo o País”, declarou. Do mesmo modo, lembrou que há cerca de 82 mil madeirenses que têm rendimentos abaixo dos 700 euros, alertando que há muitos que têm problemas de saúde e que, perante a falta de resposta do público, não conseguem recorrer ao privado. Como apontou, há quem esteja anos à espera porque não tem rendimento suficiente para ir a uma clínica privada pagar 3 mil euros por uma operação às cataratas, 300 euros para fazer um exame de diagnóstico, ou 55 euros para uma consulta.

Rui Caetano referiu também o facto de a Madeira ser a região com os salários médios mais baixos do País, referindo que há famílias que estão a entregar as suas casas porque não conseguem pagar os juros crescentes da banca e as rendas. “As casas que existem na Região são para uma classe demasiado alta e os madeirenses não têm essa capacidade de pagamento”, constatou.

Desafiou ainda os deputados do PSD a falarem com os madeirenses que são obrigados a emigrar por falta de oportunidades de emprego estável que lhes permitam constituir família e fazer a sua vida na Região, lembrando que na última década 17 mil pessoas saíram da Região.