O reverso da medalha
Onde andam os 9.025 desempregados madeirenses que na Região há quem desespere com a falta de gente para trabalhar?
Boa noite!
O desemprego registou "uma quebra histórica" na Madeira em Abril, atingindo o "valor mais baixo dos últimos 14 anos”.
O feito enfatizado pelo Governo Regional resulta do facto de haver menos 4.055 desempregados, em comparação com o mesmo mês de 2022, sinal que a economia mexe e muito, de tal forma que, várias empresas começam a sentir dificuldade em manter a porta aberta, por falta de mão-de-obra.
O desespero é tal que de áreas que crescem com o turismo nos têm chegado apelos para que “alguém faça alguma coisa”, para que haja menos fugas dos locais às propostas sérias de trabalho, mudando um sistema permissivo e que favorece o biscate e para que haja menos entraves à entrada de trabalhadores de outras paragens desejosos de agarrar oportunidades, mesmo que não dominem a língua portuguesa.
De pouco nos serve dar vivas à “trajectória consolidada nos indicadores referentes à Madeira", como o fez hoje a Secretaria Regional da Inclusão Social e Cidadania, e dar vivas à redução do número desempregados da lista se os desequilíbrios se acentuam. E se por falta de qualidade na formação e falta de tempo para a aprendizagem, os que entram de rompante no mercado de trabalho sonham desde logo em experimentar algo menos penoso e mais bem pago.
A caminha das ‘Regionais’, urge pensar no assunto e apresentar soluções. Mas nem todos estão para aí virados. Teria sido interessante que nas jornadas parlamentares do PSD-M – concebidas com o objectivo de mostrar "a transformação e desenvolvimento" na Região governada pelos sociais-democratas desde 1976 – houvesse um capítulo menos folclórico, que pudesse abordar com seriedade esta realidade, que sem qualquer “fanatismo político” toca de perto quem tem empresas na área da hotelaria, restauração e similares, seja social-democrata, socialista, comunista ou centrista. Mas até a esta hora nada, ou melhor, quase só dissertações sobre o diagnóstico de Cavaco Silva e o nervosismo do PS. Amanhã talvez haja tempo para as pessoas.