Real Madrid apresenta queixa "por delitos de ódio" contra Vinícius Júnior
O Real Madrid apresentou hoje uma queixa na Procuradoria-Geral "por delitos de ódio e discriminação" para com o futebolista internacional brasileiro Vinícius Júnior, após os incidentes no domingo, em Valência, anunciou o clube.
"O Real Madrid considera que tais ataques também constituem um crime de ódio, razão pela qual apresentou a correspondente denúncia à Procuradoria-Geral do Estado, mais especificamente à Procuradoria contra crimes de ódio e discriminação, para que os factos sejam investigados e as responsabilidades apuradas", refere o clube na sua página oficial.
A reação 'merengue' surge já depois de hoje o presidente da FIFA, Gianni Infantino, ter manifestado solidariedade do organismo para com o jogador, que no domingo foi alvo de insultos racistas durante o jogo Valência-Real Madrid, no Estádio Mestalla.
"O Real Madrid manifesta o seu mais veemente repúdio e condena os acontecimentos verificados ontem contra o nosso jogador Vinícius Júnior. Esses factos constituem um ataque direto ao modelo de convivência do nosso Estado social e democrático de direito", sublinha também o clube.
As reações à denúncia de 'Vini' têm ecoado durante a manhã e já hoje também a Associação de Futebolistas Espanhóis (AFE) e o Movimento contra a Intolerância apresentaram queixa junto da Procuradoria, na mesma linha do que fez o clube.
O Sindicato de Jogadores lembra ter pedido em variadas ocasiões uma reunião junto da Comissão anti-violência, sem terem resposta, e sublinham que a Liga espanhola, Real Federação Espanhola de Futebol e governo "dispõem de mecanismos disciplinares para atuarem com contundência" nestes casos.
"Se não o fizerem, se não adotarem medidas contundentes, continuaremos a fracassar como sociedade perante factos que trespassam as nossas fronteiras e provocam prejuízos, de maneira irreparável, na imagem do nosso país", acrescentam.
Vinícius, que acabou expulso depois de agredir um adversário, mesmo no final do encontro (90+7) de domingo da Liga espanhola, que os 'merengues' perderam por 1-0, criticou a Liga espanhola e os adeptos com uma mensagem publicada nas redes sociais.
"Não foi a primeira vez, nem a segunda, nem a terceira. O racismo é normal na LaLiga. A competição acha que é normal, a federação acha que é normal e os adversários encorajam-no. Lamento-o. O campeonato, que já pertenceu a Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi, hoje pertence aos racistas", escreveu o futebolista no Twitter.