Madeira

‘Vidente’ era procurado pela PSP por anunciar catástrofe no Porto da Cruz há 29 anos

Conheça o conteúdo da edição de 22 de Maio de 1994 e de 1997 neste ‘Canal Memória’

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Na rubrica ‘Canal Memória’ desta segunda-feira vamos até à edição de 22 de Maio de 1994, em que o DIÁRIO falou com um ‘vidente’ que era procurado pela Polícia de Segurança Pública, após ter anunciado uma catástrofe no Porto da Cruz.

Manuel Freitas, natural do sítio da Maiata, no Porto da Cruz, tinha estado emigrado durante vários anos no Brasil e decidiu voltar à Região para dar conta de que viria a acontecer uma catástrofe na localidade que o viu nascer. O homem dizia que a 17 de Maio desse ano, via “o mar a submergir as zonas mais baixas da Ilha”.

Este boato não tardou a espalhar-se pela localidade, sendo que algumas pessoas chegaram mesmo a sair das suas casas para procurar abrigo em zonas mais altas da Madeira, nomeadamente no Santo da Serra e no Poiso. No Funchal também se falava do assunto, mas sem grandes repercussões.

A verdade é que se passou o dia 17 de Maio e nada aconteceu, o que fez com que muitos populares se revoltassem contra o ‘vidente’ acusando-o de burla. O homem acabou por sair do Porto do Cruz e, no dia em que era publicada a entrevista, estava a ser procurado pelas autoridades, para que esclarecesse tudo o que se tinha passado, dadas as acusações de que era alvo.

“Tentei consciencializar as pessoas de que de facto alguma coisa estranha estava para acontecer. Mas interpretaram mal as minhas palavras. Entraram em pânico e espalharam a notícia de maneira diferente”, defendia-se o homem. Mais indicava ser um ‘sensitivo’ que já tinha sido capaz de prever situações de catástrofe tanto no interior do Brasil, como na Índia. Aliás, foi no Brasil que dizia ter criado um “grupo espiritual em São Paulo que cuida de gente pobre”.

Em 1997 preparava-se a inauguração da via rápida Funchal – Ribeira Brava

A edição de 22 de Maio de 1997 dava conta de que, no dia seguinte, seria inaugurada oficialmente a ligação da via rápida entre a Ribeira Brava e o Funchal. Jorge Jardim Fernandes, na época o secretário regional de Equipamento Social, visitava as obras e falou sobre um assunto polémico: o deslizamento natural de terrenos no sítio da Caldeira, o que obrigou a mudar os planos iniciais e criar o nó do Limoeiro.

O DIÁRIO dava conta de que seria necessário instalar radares para averiguar a velocidade a que iriam circular os condutores, antecipando que a nova via iria ser propícia aos ‘aceleras’. Além disso, anunciava que iria estar atenta à presença de peões, algo que é proibido.