Jornalista argentina que tinha denunciado violências policiais encontrada enforcada
Uma jornalista argentina que denunciou a violência policial na província de Corrientes, no norte do país, foi encontrada enforcada em casa, disseram fontes policiais no domingo.
O corpo de Griselda Blanco, de 45 anos, foi descoberto por um dos irmãos no sábado, na casa, em Curuzu Cuatia, a 600 quilómetros a norte de Buenos Aires. A hipótese de suicídio foi rapidamente excluída e um antigo companheiro da jornalista, suspeito do assassínio, foi detido, disseram as mesmas fontes.
A vítima apresentava vestígios de golpes, foram encontrados cabelos nas mãos - o que sugere que tentou defender-se - e não foram encontrados vestígios de arrombamento na casa, acrescentou a mesma fonte.
A família de Blanco disse duvidar da culpabilidade do ex-companheiro Armando Jara, também jornalista. "Não creio que isto se deva chamar femicídio (...). Na minha opinião, Jara não teve nada a ver com isto, embora estejamos à espera dos relatórios dos peritos e dos resultados", disse Lautaro Cesani, um dos filhos que a vítima tinha com outro parceiro.
De acordo com Cesani, Griselda Blanco recebeu ameaças depois de publicar artigos no seu 'site' de notícias local "Griselda Blanco Noticias" sobre a suposta violência policial na província de Corrientes e um caso de negligência num hospital.
O Ministério Público afastou a polícia do local da investigação e entregou-a à Polícia Federal Argentina.
A Federação Argentina dos Trabalhadores da Imprensa (Fatpren) exprimiu, em comunicado, "profunda preocupação", sublinhando que a jornalista "tinha denunciado a negligência do hospital local e dos poderes político e policial".