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Primeiro-ministro grego reivindica vitória nas legislativas e admite segunda volta

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O primeiro-ministro conservador grego, Kyriakos Mitsotakis, reivindicou hoje a vitória nas legislativas que hoje decorreram no país ao referir-se a um "sismo político" e admitiu a possibilidade de uma segunda volta.

"É a prova que a Nova Democracia [ND, o seu partido] tem a autorização dos cidadãos para governar sozinho", disse, defendendo ser necessário um segundo escrutínio para tentar garantir uma maioria absoluta e constituir "um Governo estável".

Os resultados parciais oficiais, quando estavam contadas mais de 60 por cento das assembleias de voto, demonstravam uma ampla vantagem para a Nova Demcracia (ND), o partido da direita grega liderado por Mitsotakis face ao principal partido da oposição, o Syriza (esquerda) do ex-chefe de Governo Alexis Tsipras.

Após estarem escrutinados mais de 61% dos votos, a ND obtém 40,8% dos votos expressos e 145 dos 300 lugares do Parlamento, enquanto o Syriza obtém 20,11% e 71 lugares. O Pasok-Kinal, social-democrata, está creditado com 12,1% e 43 deputados, o Partido Comunista da Grécia (KKE, 7% e 25 lugares) e o ultradireitista Rumo à Liberdade (Plefsi Eleftherias) garante 4,5% e 16 assentos.

As eleições decorreram segundo um escrutínio proporcional simples, aprovado pelo parlamento do anterior Governo de Tsipras (2015-2019), que deixava antever muitas incertezas e perspetivava novo ato eleitoral para o início de julho.

O escrutínio de hoje é o primeiro desde que a economia grega deixou de estar sob estrita supervisão dos credores internacionais que forneceram avultados empréstimos (fundos de resgate) durante a designada crise da dívida que se prolongou por uma década.

A reforma do sistema eleitoral impulsionada em 2016 pelo Syriza reduziu a idade mínima para participar em eleições, dos 18 para os 17 anos, com 430.000 jovens entre os 17 e os 21 anos a poderem votar neste escrutínio pela primeira vez.

Estes dados colocam Mitsotakis à beira da maioria absoluta, mas com menos 11 lugares que os alcançados nas legislativas de 2019. O primeiro-ministro grego tem afirmado que pretende ser reconduzido no cargo por mais quatro anos, e excluiu a possibilidade de formar uma coligação.

Todos os partidos que ultrapassem os 3% de votos garantem assento no hemiciclo, mas para obter a maioria absoluta (151 dos 300 lugares do parlamento grego, também designado como Vouli), um partido ou coligação deverá obter entre 40% e 50% dos votos.

Na ausência de uma maioria neste escrutínio, os eleitores gregos serão de novo chamados às urnas no início de julho, desta vez com um sistema proporcional reforçado, segundo uma reforma adotada pelo Governo de Mitsotakis.

O partido mais votado irá de novo beneficiar de até 50 lugares suplementares, um sistema teoricamente favorável ao partido conservador, com Mitsotakis a insistir numa maioria estável semelhante à que garantiu em 2019 e evitando coligações com outros partidos.