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Presidente do Brasil critica divisão sobre reforma do Conselho de Segurança da ONU

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O Presidente do Brasil, Luiz Inácio 'Lula' da Silva, criticou hoje a divisão dos países em "dois blocos antagónicos" a propósito da reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Para Lula, a solução para as atuais ameaças sistémicas "não passa pela formação de blocos antagónicos ou por respostas que contemplem um pequeno número de países".

O chefe de Estado brasileiro fez estas declarações durante o seu primeiro discurso em Hiroxima, onde decorre a cimeira dos países do G7 (grupo das sete economias mais industrializadas do mundo), num evento sobre cooperação internacional para enfrentar crises globais, segundo a imprensa brasileira.

O líder brasileiro referiu-se a um retrocesso na Organização Mundial do Comércio (OMC), embora sem citar expressamente os Estados Unidos. "Não faz sentido chamar os (países) emergentes para resolver as crises mundiais sem responder às suas preocupações" e "sem estarem adequadamente representados nos principais órgãos de governação global", frisou Lula da Silva.

O Presidente do Brasil defendeu, assim, uma reforma profunda de organismos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Conselho de Segurança da ONU.

Para isso, deu como exemplo a Argentina. "A dívida externa que afetou o Brasil no passado está agora a destruir a Argentina e a causar desigualdade. O FMI deve considerar as consequências sociais de suas políticas de ajuste", apontou.

A segunda intervenção de Lula foi numa sessão de trabalho sobre sustentabilidade, na qual atacou os países desenvolvidos pelas suas promessas não cumpridas.

Para o chefe de Estados brasileiro, o Protocolo de Quioto contra as alterações climáticas "é uma referência à falta de ação coletiva".

"Os países ricos têm de cumprir a promessa de atribuir 100 mil milhões por ano à ação climática", exigiu, referindo-se ao compromisso assumido na cimeira de Copenhaga, na Dinamarca.

O Presidente da Comissão Europeia apresentou o Brasil como um líder em questões ambientais. "As credenciais do Brasil são sólidas", frisou, lembrando que a matriz energética brasileira está "entre as mais limpas do planeta". "Queremos liderar o processo que nos permitirá salvar o planeta", afirmou.