Organizações humanitárias consideram cimeira do G7 "um fracasso para o sul global"
Várias organizações humanitárias consideraram hoje a cimeira do G7, a decorrer em Hiroxima, no Japão, "um fracasso para o sul global", apesar do compromisso de aplicar 19,4 milhões de euros nas crises mais graves em curso.
"O G7 falhou ao sul global em Hiroxima. Não conseguiram perdoar as dívidas e não conseguiram ver o que é realmente necessário para acabar com a fome crescente no mundo", disse o porta-voz da organização humanitária Oxfam International, Max Lawson.
"Podem gastar milhões em guerras, mas não podem dar nem metade do que a ONU precisa para as crises humanitárias mais graves", acrescentou.
O comunicado do G7 prevê afetar 21 milhões de dólares (cerca de 19,4 milhões de euros) ao "combate às crises humanitárias que mais se agravaram em 2023 e onde se incluí a urgente crise alimentar", muito aquém do valor proposto pela ONU de 55 milhões de dólares (42 milhões de euros).
Várias organizações denunciaram a redução dos fundos de ajuda humanitária para esta região, motivada não só pelo o auxílio à Ucrânia e aos seus refugiados, mas também pelo o aumento das despesas com armamento.
Friederike Roeder, da organização Global Citizen, afirmou que o comunicado final do G7 está "fora do caminho" porque "não cumpre o objetivo que é realmente necessário: a ação".
Roeder criticou a falta de medidas concretas e a falha no compromisso de disponibilizar 100 milhões de dólares por ano para a proteção do clima.
"O papel da Alemanha neste anúncio é particularmente dececionante. O desempenho da União Europeia na diplomacia internacional é crucial, mas será impossível se a Alemanha, o maior país, continuar a concentrar o seu poder de negociação em novos investimentos no gás, em vez de liderar o caminho para um futuro livre de combustíveis fósseis", argumentou.