Luís Miguel Sousa defende que o PRR "não devia ser para construir habitação"
O líder do Grupo Sousa sublinha que uma das prioridades do Plano de Recuperação e Resiliência devia ser o de reduzir os custos de investimento das empresas e aumentar a sua competitividade
No primeiro debate das celebrações do ‘Dia do Empresário Madeirense’, que decorrem no Centro de Congressos da Madeira, subordinado ao tema ‘Oportunidades da Macaronésia para as empresas’, foi dada a oportunidade de vários empresários, de diferentes áreas, darem o seu ponto de vista.
O primeiro a falar, Romão Braz, vice-presidente do Conselho de Administração do Grupo Finançor, começou por destacar os produtos açorianos que a sua empresa produz e importância e impacto dos produtos agro-pecuários.
Não obstante, também destacou as muitas possibilidades que existem para ser aumentado o potencial comercial entre a Madeira e os Açores, dando como o exemplo a ligação marítima que se faz de forma quinzenal, mas que segundo ele devia ser efectuada de semana a semana. “Estou farto de dizer isso aos governantes, porque é importante potenciarmos a ligação marítima entre as regiões”, afirmou.
Santiago Guerra, coordenador geral da Binter, concentrou-se principalmente nas questões relacionadas com os transportes aéreos durante sua intervenção. Abordou especificamente as ligações entre as diferentes regiões da Macaronésia, salientando a importância dos transportes aéreos como elemento fundamental para promover a conectividade e o desenvolvimento económico entre as ilhas da Macaronésia.
O orador espanhol deixou ainda a garantia que a Binter está preparada para enfrentar os desafios do futuro, garantindo a qualidade e a eficiência das ligações aéreas na Região.
Por sua vez, Luís Miguel Sousa, durante sua intervenção, direccionou o seu discurso para o sector marítimo e as importantes ligações marítimas.
O líder do Grupo Sousa destacou o desafio que é competir em um mercado global onde apenas sete armadores concentram 75% da oferta mundial de transportes. Apesar dessa dificuldade, o madeirense destacou o posicionamento do Grupo Sousa como líder entre os armadores a nível nacional e sua presença no ranking do top 100 a nível mundial.
"75% da oferta mundial de transportes está concentrada em apenas sete armadores, por isso é um mercado difícil de operar", sublinhou.
Luís Miguel Sousa abordou ainda a ETS que vão entrar em vigor em 2024 e que, segundo ele, vão ter um impacto significativo nos custos dos transportes, estimando-se "um aumento anual de 16 mil milhões de euros". De acordo com ele, isso, inevitavelmente, será repassado para os consumidores.
Nesse sentido, Luís Miguel Sousa questionou as prioridades do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), afirmando que não deveriam ser apenas voltadas para a construção de habitação, mas sim para reduzir os custos de investimento das empresas e aumentar sua competitividade nos mercados.
"O PRR não devia ser para construir habitação, mas sim também para retirar custos de investimentos às empresa", sublinhou.