CDS indigna-se pelo facto de só após 2025 a ANAC analisar a alteração dos limites de vento no aeroporto
Em conferência de imprensa, António Lopes da Fonseca revelou que o CDS associa-se à indignação que constantemente tem vindo a verificar-se na Madeira devido à situação dos ventos no Aeroporto Internacional da Madeira – Cristiano Ronaldo.
O líder parlamentar do CDS lamenta pelo facto de, ainda ontem, na Audição Parlamentar ao Conselho de Administração da Navegação Aérea de Portugal – NAV Portugal, E.P.E., com a finalidade de esclarecer questões urgentes como a aquisição e instalação de equipamentos no Aeroporto Internacional da Madeira - Cristiano Ronaldo, terem ficado a saber que a instalação dos novos equipamentos será feita daqui a uns meses, “provavelmente só em Maio de 2024 é que estarão instalados e, posteriormente, ainda será preciso um relatório de um ano para se poder calcular eventualmente a necessidade de se alterar os limites de vento ou não”. Ou seja, “isto ainda vai depender da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), o que significa que só daqui a dois anos é que a ANAC se irá pronunciar sobre a eventual alteração dos limites de vento”, diz Lopes da Fonseca.
O líder parlamentar centrista recorda que o problema nem está na alteração dos limites de vento, mas sim no facto dos mesmos serem mandatórios, pois em Portugal este é o único Aeroporto em que os ventos são mandatórios. No seu entender, “isto não é admissível” e justifica, acrescentando que os índices foram calculados “há quase 60 anos, com aviões da Segunda Guerra Mundial, quando hoje temos aeronaves sofisticadíssimas, pilotos bem preparados e este aeroporto tem mais 1181 metros”. Neste sentido, os madeirenses e portosantenses não podem entender, e muito menos as companhias aéreas entendem, que um Aeroporto com todas estas condições tenha tamanhas restrições causando tantos constrangimentos, pois “80% dos voos que são divergidos devem-se apenas ao facto de haver 3 nós acima dos limites que estão estabelecidos”, revela o líder parlamentar.
O centrista destaca ainda que se os índices não fossem mandatórios, os aviões provavelmente aterrariam, evitando os constrangimentos que existiram, nomeadamente na semana passada, causando o caos aqui no Aeroporto. “Isto é verdadeiramente um prejuízo para a Região, um prejuízo para quem viaja, um prejuízo para quem nos visita e um prejuízo para as próprias companhias aéreas, dando assim uma má imagem da Madeira quando a responsabilidade não é nossa! A responsabilidade é apenas de uma entidade que é um regulador, regulador esse que para nós é um resquício do Estado Novo.”
Lopes da Fonseca reitera que “as mentalidades de quem está à frente da ANAC são resquícios do Estado Novo, pois ainda consideram que as ilhas dos Açores e da Madeira são ilhas adjacentes e que dependem da boa vontade de quem estiver na ANAC”. Para o líder parlamentar do CDS, “isto é uma questão ideológico-partidária e nós não podemos admitir isto porque estamos no século XXI”.
Posto isto, o líder parlamentar volta a afirmar que “nós CDS estamos indignados e os madeirenses também estão indignados porque, na melhor das hipóteses, e no mínimo só daqui a 2 ou 3 anos é que vão alterar os índices no Aeroporto da Madeira”.