Os promotores da Madeira Art Fest prometem voltar à carga efectuando esta tarde uma “manifestação em frente ao Jardim da Junta de Freguesia de São Martinho com o objectivo de chamar à atenção a todos os participantes, inclusive ao presidente do Governo Regional da Madeira”. 

O momento coincidirá com a abertura da Festa da Diversidade Cultural que decorre naquele mesmo espaço. A intenção segundo, Marta Sofia, elemento responsável pela direcção artística, é denunciar “o incumprimento do acordado com o presidente da Junta de Freguesia de São Martinho”. Ou seja, em causa está a falta de pagamento de 800 euros decorrente da iniciativa realizada em 2022.

“Até à data não houve qualquer tentativa de diálogo por parte do presidente Marco Gonçalves”, que acusa de não ter enviado “nenhuma da documentação solicitada pela oposição à Assembleia de Freguesia”. Ora, num email feito chegar à redacção do DIÁRIO, a artista observa que “a precariedade promove o silêncio e a aquiescência do inaceitável”. 

“A ausência de um contrato formal (escrito) com a Junta de Freguesia de São Martinho não dá o direito de uma das partes não cumprir com o acordado. Temos emails que comprovam não haver nada contraditório ao acordado inicialmente (Março 2022) com o apoio no pagamento de viagens aéreas, estadia e cachet aos 7 artistas. Regemo-nos sempre pelo princípio da boa-fé. Assim se impõe que se haja de modo correcto”, escreve dando resumindo novamente o diferendo com a Junta.

Lamenta o facto de a Junta de Freguesia de São Martinho “não ter avisado formalmente a organização do não pagamento de cachets”. Também lamenta de igual forma que o autarca “continue a mentir e a ameaçar a organização através de recados dados na última assembleia de freguesia”. Lamenta que “não tenha consciência da responsabilidade que tem enquanto autarca, e pedimos que prove onde e para onde enviou os 2.500 euros a que continua a se referir”. 

No documento enviado pede que seja respeitado os “trabalhadores da cultura”, e que cumpra com pagamento de 114 euros (800 euros no total) aos artistas que fizeram parte do cartaz da 3ª- edição do Madeira Art Fest 2022. “É inadmissível e repugnante o tratamento que está a ser dado por parte do presidente Marco Gonçalves aos artistas e aos trabalhadores da cultura”, reitera na mesma carta.

“Fazemos um apelo a todas as pessoas que puderem se deslocar até aos Jardins da Junta de Freguesia, e que tendo conhecimento do medo também nesta área se quiserem participar e proteger a identidade que utilizem uma máscara e que desta forma possam exercer um direito e uma posição sobre esta atrocidade ao meio artístico na Região”, exorta ainda. 

A carta termina pedindo “seriedade, bom senso, e acima de tudo, humildade, para podermos assumir os nossos erros. Não queremos insistir no problema, queremos arranjar uma solução”, acrescentando que a organização tem estado em contacto directo com os artistas visados, vive-se um bom ambiente, porque acima de tudo está a Arte que nos une, agora é inadmissível e incompreensível, esta atitude por parte do presidente da Junta de Freguesia de São Martinho, quando não houve nada que notificasse de forma contraditória o acordado desde março de 2022”.

“Acreditamos que os direitos de cada um de nós não são cumpridos enquanto qualquer concidadão não seja respeitado, não seja tratado com justiça. Este é um problema de todos, é crise do estado de direito. Queremos mais Arte, e menos guerra”, remata.