“Aqui na Madeira confundimos sempre tudo”, disse, em jeito de desabafo, o secretário de Estado das Comunidades. Paulo Cafôfo, quando confrontado com o entendimento do Governo Regional sobre o polémico Programa Regressar e o pouco interesse em alargar aos municípiosda Região a possibilidade de expandir o projecto nacional Gabinete de Apoio ao Emigrante.

“As Câmaras Municipais não são repartições do governo, mesmo as câmaras municipais que são da mesma cor política do governo”, atirou. Salvaguarda que tal “não invalida que o Governo regional continue a dar o apoio que bem dá aos nossos compatriotas”, apoio que “pode ser reforçado e complementado com o apoio que é dado pelas câmaras municipais”, reforçou.

Invoca a “Autonomia do poder local” para exigir a abertura do Governo Regional à possibilidade de os municípios apostarem em ter os seus gabinetes de apoio ao emigrante, para concluir que “um poder não invalida o outro poder”.

Sobre este último, defende que “o Governo Regional deve intervir em políticas públicas para a Diáspora, mas não pode impedir que as Autarquias tenham as suas próprias políticas e que possam ter acesso à criação deste Gabinetes de Apoio ao Emigrante”, onde a nível nacional qualquer município pode aderir, enquanto na Região os municípios estão impedidos enquanto não for criada legislação que adapte a lei nacional.

“Aquilo que se quer é que tenhamos os mesmos direitos aqui na Região que existem a nível nacional e para isso é preciso haver vontade política que espero que possa existir e aqui estarei eu para estabelecer diálogo”, insistiu Cafôfo.

Para que esse desiderato possa ser uma realidade entende que a parte partidária deve estar “longe das questões que são os interesses da comunidade e da Diáspora”, porque o mais importante é “dar resposta às pessoas, atender às pessoas”, referiu esta tarde, no final do almoço de trabalho com o Corpo Consular, na Quinta das Cruzes, Funchal.

O madeirense que é governante a nível nacional reitera que devemos para estes nossos compatriotas “dar tudo o que estiver ao nosso alcance”.

Este é de resto um dos assuntos que Cafôfo leva aos presidentes de Câmara com quem já contactou e vai contactar nas reuniões agendadas com a quase totalidades dos municípios madeirenses.

“Temos que nos deixar de guerras partidárias quando está em causa o interesse das pessoas”, que neste caso que “é gente da nossa gente que dá tanto e continua a dar tanto à Madeira e ao País, temos que estar unidos”, disse.