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Enviado da ONU diz que o Governo são-tomense tem sido transparente sobre ataque ao quartel

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Foto DR

O representante das Nações Unidas para a África Central sublinhou hoje a transparência do Governo são-tomense sobre o ataque ao quartel ocorrido no ano passado, e disse esperar o fim da "página dolorosa" para o país avançar.

"Acho que o Governo tem sido transparente. Foi realizado um inquérito com o apoio de alguns países amigos. A CEEAC, a Comunidade Económica de Estados da África Central, veio cá, enviou uma equipa, eles fizeram o que podiam fazer", afirmou Abdou Abarry, após encontro de cerca de três horas com o primeiro-ministro são-tomense Patrice Trovoada, em São Tomé.

Abdou Abarry disse que "graças à clarividência das autoridades" são-tomense, nomeadamente do Presidente da República, Carlos Vila Nova, do Primeiro-Ministro, mas também graças à resiliência do povo são-tomense os acontecimentos de 25 de novembro deverão ser ultrapassados.

"Esta página é uma página dolorosa certamente, mas é uma página que vai ser fechada, para que o estigma e as feridas dessa situação possam ser curados e depois avançar porque quem conta é o povo de São Tomé, é a paz, a estabilidade e o desenvolvimento deste país", afirmou o represente das Nações Unidas.

Abarry respondia aos jornalistas sobre a situação dos direitos humanos em São Tomé e Príncipe, na sequência dos acontecimentos de 25 de novembro do ano passado em que imagens de quatro homens foram amplamente divulgadas nas redes sociais quando sofriam fortes agressões e tortura de militares, após um ataque ao quartel do exército, considerado pelas autoridades como tentativa de Golpe de Estado.

"A questão da proteção dos direitos humanos é um edifício que tem de ser construído. Uma pedra é colocada em cima da outra. Quando você termina o prédio, você tem que colocar uma boa tinta branca nele. De vez em quando, a tinta pode ficar suja", referiu O representante das Nações Unidas.

Os partidos da oposição são-tomense tem criticado a posição do Governo sobre os acontecimento de 25 de novembro que consideram como um massacre, exigindo a divulgação de um relatório produzido pela comissão CEEAC após a visita de uma missão de especialistas ter estado em São Tomé.

O Presidente e o primeiro-ministro são-tomense disseram que o documento é secreto e confidencial e não será divulgado pelo Estado são-tomense.

Abdou Abarry está em São Tomé para participar na 55ª reunião ministerial do Comité Consultivo Permanente da Nações Unidas para Questões de Segurança na África Central (UNSAC) que o arquipélago assumirá a presidência a partir de sexta-feira.

As reuniões técnicas da UNSAC iniciaram na segunda-feira na capital são-tomense com análise de vários temas, nomeadamente sobre a segurança marítima, questões climáticas, educação e terrorismo.

"Graças a Deus, não há esse fenómeno em São Tomé e Príncipe, que é um país de paz e estabilidade, mas nos outros países da África Central, especialmente as pessoas afetadas pelo problema na bacia do Lago Chade, nomeadamente o Chade e os Camarões, enfrentam estas dificuldades com outros países da África Ocidental que partilham a bacia do Lago Chade", explicou o represente das Nações Unidas.

Abdou Abarry disse que estes temas dominaram o encontro com o primeiro-ministro a quem reiterou a disponibilidade do sistema das Nações Unidas, do meu escritório regional que está sediado em Libreville, mas também a disponibilidade de toda a equipa que trabalha em São Tomé, "para apoiar as escolhas do Governo são-tomense "para que haja mais estabilidade, que haja mais paz".

"A paz já existe, mas ainda precisa de ser consolidada e que haja muito mais prosperidade para o povo de São Tomé e Príncipe [...] temos de escolher a paz, temos de escolher a segurança porque é um bem que quando o perdemos, temos muitas dificuldades para o recuperar e por isso fico feliz por saber que São Tomé é um país de paz, é um país onde a vida é boa e desejo boa sorte ao Governo, às autoridades e ao povo são-tomense", disse Adbou Abarry.