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ONU regista mais 12% em violações e abusos dos direitos humanos na RDCongo em Março

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A Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (RDCongo) assinalou hoje um aumento de 12% das violações e abusos dos direitos humanos no país africano.

Este incremento deve-se, segundo a Missão das Nações Unidas na RDCongo (Monusco), a um aumento da violência sexual (186%), do número de execuções sumárias (30%) e do número de vítimas de maus tratos (20%) em relação a fevereiro.

A Monusco relatou, ainda, que durante o mês de março, foram documentadas 495 violações e abusos dos direitos humanos na RDCongo e explicou que os membros das forças de segurança foram responsáveis por 32% desses abusos, número que é 09% inferior ao de fevereiro, sendo a Polícia Nacional a principal responsável por esses atos. Os grupos armados foram responsáveis pelos restantes 68%.

Segundo a missão, foram documentadas 420 violações ou abusos dos direitos humanos nas zonas afetadas pelo conflito, um "aumento significativo" em comparação com fevereiro (358) e janeiro (372). Este número representa também 85% do total nacional.

A província do Kivu Norte é responsável por 49% dos abusos registados, seguida de Ituri (24%), Tanganica (14%) e Kivu Sul (13%). Nestas áreas, os grupos armados são responsáveis por 80% destas ações contra a população civil.

Especificamente, em março foram registados 39 raptos em zonas afetadas por conflitos, bem como 68 vítimas adultas de violência sexual, todas mulheres. Os agentes das forças de segurança estiveram na origem de cinco casos, enquanto os outros 63 são da responsabilidade de vários grupos armados.

Por último, foram relatadas 190 "violações graves" dos direitos das crianças no contexto de conflitos armados, 33% superior ao de fevereiro. "A maioria destas violações foram raptos (69), seguidos de assassinatos e mutilações (62) e recrutamento e utilização (nas fileiras de um grupo armado), com 51", foi referido.

O chefe da Monusco em Ituri, Marc Karna Soro, referiu na terça-feira que cerca de 530 civis foram mortos e mais de um milhão de pessoas foram deslocadas devido à violência resultante dos ataques de vários grupos armados na província de Ituri (leste) entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023, segundo a Radio Okapi.