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Peritos europeus defendem resposta integrada à baixa densidade demográfica

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A necessidade de uma resposta integrada dos poderes públicos para fixar pessoas nos territórios de baixa densidade demográfica foi hoje defendida, em Coimbra, num encontro em que participaram peritos de vários países da União Europeia (UE).

A perda de população "é um problema da Europa que tem de ser resolvido", afirmou aos jornalistas o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, Emílio Torrão, preconizando "várias abordagens" para alcançar o mesmo objetivo.

Neste capítulo, o igualmente líder do município de Montemor-o-Velho, no Baixo Mondego, frisou que Coimbra "é uma região que fala a uma só voz", ainda que os 19 concelhos que integram esta comunidade tenham características diferentes entre si, do litoral ao interior montanhoso.

O reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, que também participou na reunião de dois dias, que termina hoje, na sede da CIM, admitiu que "a criação da Área Metropolitana [de Coimbra] poderá ajudar a resolver este problema" no futuro.

"Não se resolve de um dia para o outro", na sua opinião, sendo sobretudo necessário apostar sobretudo na "capacidade de retenção" de habitantes nos territórios de baixa densidade, designadamente na região Centro do país.

Amílcar Falcão deu o exemplo dos refugiados ucranianos que vieram para Portugal, em 2022, devido à invasão do seu país pela Federação Russa, para prever que maioritariamente regressarão à Ucrânia logo que termine a guerra.

A solução, sublinhou, passa por "reter aqueles que cá estão", promovendo as condições de vida para a sua fixação, o que exige "um plano estratégico" envolvendo autarquias, universidades e outras entidades.

Por sua vez, o secretário executivo da CIM de Coimbra, Jorge Brito, disse que importa assegurar emprego e habitação nas zonas depauperadas, no âmbito de políticas públicas destinadas a "contrariar ou mitigar o impacto" da desertificação.

Jorge Brito adiantou que "dez peritos [da UE] vieram partilhar as suas experiências" nesta iniciativa da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.

"Sairá daqui um primeiro alinhamento das medidas que vamos encontrar e de depois implementar", explicou o geógrafo.

No encontro com os jornalistas, interveio também a italiana Elena Ferrario, responsável pela Policy Learning Platform (PLP) do Interreg Europe.

Elena Ferrario salientou a importância de "partilhar experiências" no espaço da UE e defendeu que os estabelecimentos do ensino superior devem participar e dar contributos neste processo, bem como nas "políticas do território em geral".

Em 2022, "com o intuito de encontrar a melhor resposta a estes obstáculos e desafios", a CIM submeteu uma candidatura, que foi aprovada, para a realização do encontro, em Coimbra, subordinado ao tema "Europa mais inteligente".

Apoiada pela PLP do Interreg Europe, a iniciativa "permite que as autoridades de gestão e os organismos públicos responsáveis pelas políticas de desenvolvimento local ou regional recebam 'feedback' prático e aconselhamento de peritos" de outras regiões europeias, explica a CIM da Região de Coimbra numa nota enviada à agência Lusa.