Madeira

Chega-Madeira acusa CMF de "falta de rigor na dívida do Marítimo"

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"Após um conturbado processo, que envolveu a intervenção da Câmara Municipal do Funchal, do Club Sports Marítimo e do Tribunal do Funchal, a edilidade da capital madeirense deu o dito por não dito, assumiu as suas falhas e solicitou ao clube desportivo um acordo fora dos tribunais. Pelo caminho ficou uma fatura superior a um milhão de euros, custas de Justiça e horas de trabalho de técnicos, pagas pelo erário público para solucionar um problema que, porventura, nunca teria sido gerado se não fosse, numa primeira fase, a inabilidade camarária, e, mais tarde, o seu estranho excesso de voluntarismo". As palavras são de Miguel Castro, líder do Chega-Madeira, que reagiu à manchete do DIÁRIO desta terça-feira.

Segundo o líder regional do partido, a questão instalada em torno da dívida do Marítimo à Câmara Municipal do Funchal por conta da ocupação de espaços públicos durante as obras de melhoria no Estádio dos Barreiros é indicativa da "falta de seriedade e rigor com que o PSD-Madeira encara as suas responsabilidades políticas, a qual não só afeta o funcionamento camarário, mas também condiciona e prejudica toda a governação regional."

O que está aqui em causa, acima de tudo, é uma total displicência na gestão deste assunto e uma falta de noção dos custos que a sua ingestão aporta ao erário público. Aliás, a câmara comete o erro inicial de cobrar pela ocupação de um espaço que não é seu, depois insiste no erro, depois agrava o equívoco com recurso a vias judiciais, depois determina a intervenção de técnicos que lhe tiram razão, depois altera o valor a cobrar ao clube, depois procura um entendimento fora do tribunal e, entre tudo isto, ignora completamente a análise que já estava a ser feita pelos canais judiciais e que até lhe poderia ser mais favorável do que o valor que acabou por aceitar receber. Ora bem, se isto não é incompetência, desnorte e má gestão dos fundos públicos, que são pagos por todos nós, então, o que é? Miguel Castro, líder do Chega-Madeira

Para o presidente do Chega-Madeira, é exactamente no aspecto do respeito pelo dinheiro público que o PSD-Madeira, quer na sua expressão camarária, quer na sua faceta governamental, "falha na totalidade".

Como se já não bastassem as adjudicações diretas, os concursos feitos à medida dos amigos e as relações tóxicas entre os grupos económicos e os detentores de cargos públicos, agora somos recordados da leviandade com que o PSD gere o dinheiro que não é seu, cobrando o que não poderia, perdoando o que não deveria e forçando acordos que até poderiam nem lhe ser benéficos. Fica bem exposto aos olhos de todos que não importa cometer argolada atrás de argolada, pois o contribuinte está sempre lá para pagar os impostos e os serviços camarários, cada vez mais caros. É para isto que nos aumentam as faturas de tudo? Se é para pagar estas incompetências, então está tudo mais do que explicado. Miguel Castro, líder do Chega-Madeira

A concluir, insiste na ideia de que a gestão pública deve ser pautada pela transparência e que, para ser respeitada, a edilidade funchalense e o PSD têm de dar provas de competência e empenho.

Não basta a vereação apregoar na comunicação social os seus próprios méritos e insistir numa fachada de rigor. O que casos como o da dívida do Marítimo mostram é que é fácil chutar para a frente quando são os outros a pagar a fatura. É um hábito que, infelizmente, já conhecemos há décadas e apenas esperamos que a população da Madeira e do Porto Santo saibam dar a resposta que é devida, já no próximo ato eleitoral. Miguel Castro, líder do Chega-Madeira