O último recurso
A matéria mais mediatizada que um ou outro partido não resolve nos seus palcos, diversos e variados, por incapacidade ou mau perder, impele-os para o recurso à justiça, não para vencer, mas para fazer perdurar no tempo o evento político esgotado.
Anseiam por eventuais julgamentos populares, com espaço na opinião pública que não teriam com as suas actividades e visam desforrar-se dos que os derrotaram, não lhes fizeram a vontade ou pura e simplesmente se tornaram inimigos em vez de adversários como manda a democracia.
Deitam mão de verdadeiros enredos de ficção, martelando ali pessoas com projecção só para que a suspeição seja levantada, subsista e garanta notícia. Sabem que o facto da justiça ser lenta ajuda já que promove o desgaste sobre quem foram lançadas desconfianças por tempo indeterminado.
Há sempre o recurso à litigância de má fé. Para os ricos. Que têm possibilidades de ter advogados para esse efeito e disponibilidade para pagar as custas dos processos judiciais. Quem deita mão destes procedimentos acusatórios fá-lo sempre com auxílio financeiro do partido. Ajuda que quem individualmente se defende não tem.
No fundo não passa de um último recurso. Um expediente dilatório que desconsidera a justiça. Porque é abusado querer que seja esta a fazer o papel dos que, já em fase de esvaziamento argumentativo, não conseguem obter validade para as teses estapafúrdias que adoptaram.
Justiça que, na verdade, não tem permitido que estes pedidos de socorro partidário aviltem os seus bons princípios, credibilidade e independência ou ponham em causa a sábia separação de poderes, salvaguardando o distanciamento em relação a disputas que não são suas.