Drones do Comando Operacional da Madeira avaliados para padrões NATO
Terminou ontem, dia 12 de Maio, a segunda edição do exercício DRONEX de 2023, dando continuidade à série de actividades operacionais dedicadas exclusivamente à operação de Sistemas Aéreos Não Tripulados (frequentemente designados pela abreviatura SANT).
Assim, durante dois dias, os drones do Comando Operacional da Madeira (COM) foram avaliados para padrões NATO, quanto aos níveis de prontidão e eficiência das forças.
Estas forças, após algum tempo de preparação e treinos, são submetidas a um intenso e rigoroso processo de avaliação por parte dos avaliadores NATO, “por forma a avaliar as capacidades destas unidades, assim como de toda a logística, planos e procedimentos associados para destacar numa base avançada em ambiente hostil”, explica o Comando Operacional da Madeira em comunicado.
Assim, utilizando um cenário ajustado às capacidades da força, é desenvolvida uma sequência de incidentes visando a verificação de todas as capacidades para realizar as missões NATO atribuídas, de acordo com a forma como a unidade avaliada está declarada.
A Força tem de demonstrar sustentabilidade conduzindo operações por um período prolongado de 36 a 54 horas, ininterruptamente. Tratando-se de uma Força expedicionária, é simulada a movimentação do dispositivo para diferentes cenários de operação.
Neste tipo de avaliação são montados diversos cenários críticos, envolvendo a simulação de situações reais de combate, acidentes, doenças, avarias e outras limitações.
A inovação, no caso deste exercício, foi aplicar todos estes princípios de avaliação, à pequena unidade de SANT do Comando Operacional da Madeira. Durante mais de dois meses, uma célula de três militares deste Comando, planeou no maior secretismo um conjunto de cenários e respetivas contingências, por forma a dar o maior realismo possível às missões. A surpresa e imprevisibilidade do desenrolar das acções seriam assim as novidades que se constituía como, “a mais-valia” deste exercício, salienta a mesma nota.
Foram criadas as condições para exercitar o mecanismo de activação do Centro de Operações do Comando Operacional, em operações, através da implementação do nível máximo de provimento de cargos, as capacidades máximas de exercício das funções de Comando e Controlo, em termos de pessoal e material, equipamentos.
Foram planeados quatro objectivos específicos, cada um realizado numa missão dedicada.
A primeira foi uma missão de “vigilância”, de acordo com o conceito de “ver sem ser visto”. Monitorizaram-se as acções e movimentações de uma equipa de Operações Especiais, que simulava estar escondida na serra.
Num segundo momento, realizou-se uma missão de “Seguimento (Traking)”. Sem a mesma força saber, fez-se o seguimento da deslocação desde a unidade de origem, até ao destino, na via rápida, em estradas secundárias e mesmo de montanha. Foi necessário empenhar vários SANT, e deslocar as equipas por forma a nunca perder o seguimento às viaturas.
No segundo dia e no terceiro momento de avaliação, realizou-se uma missão de busca e salvamento, em apoio às operações militares. Provocou-se o desaparecimento de um elemento da equipa de operações especiais no progresso de um trilho, sendo depois atribuída à equipa de SANT a missão de encontrar esse elemento.
Por fim, no último momento, exercer os procedimentos operacionais e os fluxos de informação previstos nos Planos em vigor, no apoio a operações na Madeira, em especial no apoio ao exercício POLEX, da Autoridade Marítima Nacional. Os SANT contribuíram com imagens aéreas para a identificação e controlo de uma mancha de poluição.
Todos estes incidentes aconteceram em contexto real de operação para as equipas de SANT do Comando Operacional da Madeira. Ou seja, não sabiam o que se ia passar, nem de que forma as coisas iam acontecer.
Este ‘NATO TACEVAL - Tactical Evaluation’ aos SANT do Comando Operacional da Madeira foi uma demonstração de capacidade nacional para integrar uma força de maior dimensão.
Os resultados – em termos de Comunicação, Informação e Operação – foram, de resto considerados “muito positivos, uma vez que todos os objectivos foram atingidos”, destaca o COM.
Refira-se ainda que neste exercício foram empenhados os oito SANT do Comando, seis operadores e realizadas 6 horas e 50 minutos de voo, sendo uma das missões realizada em voo nocturno.
De salientar ainda que durante o terceiro dia de exercício, foi preciso interromper o treino, para que uma equipa se deslocasse para uma solicitação real de busca de dois desaparecidos no mar na costa Norte da Madeira.