"Temos de decidir em que segmento turístico a Madeira quer apostar"
Alex Muñoz, professor universitário da Costa Rica, destaca a importância de fortalecer e reinventar o sector turístico
“Estamos a viver uma realidade que chamo de segunda genesis, uma grande oportunidade para nos reinventarmos e sairmos melhores, apesar de todas as dificuldades que atravessamos”, começou assim a intervenção de Alex Muñoz, professor universitário da Costa Rica, na III Convenção dos Estados Gerais do PS-Madeira, subordinada ao tema ‘Turismo: Economia Sustentável e com Futuro’.
O especialista focou-se numa fase pós-pandemia, em que os destinos turísticos foram obrigados a reinventar-se, lembrando que há, pós confinamento, um maior número de pessoas com vontade de viajar. “O nosso sector foi muito afectado, mas surgiram, também, oportunidades importantes”, afirma. Neste sentido, questiona a que público-alvo quer a Madeira chegar.
Pergunto o que quer a Madeira? Um turismo de massa, ou um turismo de luxo, ou mesmo de ‘super-luxo’? Queremos viajantes que escolhem voos de baixo custo e que ficam em quarto standard? Ou queremos famílias que vêm de jacto privado, gastam 1.500 euros por noite e repetem a experiência todos os anos? Temos de decidir qual o segmento em que queremos apostar, para oferecer a esse segmento aquilo que ele valoriza. A oferta de serviços tem de estar de acordo com essa procura. Alex Muñoz
Alex Muñoz insiste na ideia de que o sector precisa de se reinventar, de “mudar e crescer”, sendo que existe agora a oportunidade de escolher este segmento primordial e concertar a política e investimentos públicos nesse esforço.
O professor universitário lembrou, ainda, que o turista actual procura experiências, a importância de reagir de forma célere às novas tendências, e o foco que é necessário haver na sustentabilidade ambiental e social. “O novo turista é mais responsável, procura a sustentabilidade e gerar impacto positivo nas localidades que visita”, atesta.