G7 discutirá assistência à Ucrânia e como evitar que Rússia contorne sanções
Os ministros das Finanças e governadores dos bancos centrais do G7 vão discutir a assistência financeira à Ucrânia e como evitar que a Rússia contorne as sanções impostas ao país, declarou hoje o responsável pelas Finanças do Japão.
"Falaremos da situação na Ucrânia, enquanto analisamos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) o efeito da assistência financeira", afirmou Shunichi Suzuki aos jornalistas na cidade japonesa de Niigata, antes do início das reuniões entre os responsáveis do G7, que começam hoje e decorrem até sábado.
Suzuki afirmou que durante o evento o Japão planeia anunciar a entrega de cerca de mil milhões de dólares [915 milhões de euros] por meio do Banco do Japão para Cooperação Internacional, com o objetivo de apoiar refugiados ucranianos e as empresas japonesas que participam na reconstrução do país.
Sobre as sanções contra a Rússia, os ministros do G7 e de outros países convidados - entre os quais a Ucrânia, cujo ministro das Finanças participa por videoconferência - analisarão o efeito destas medidas punitivas e a possibilidade de "tomar outras disposições quando for necessário".
A reunião, realizada na cidade japonesa de Niigata, "abordará principalmente medidas para evitar que a Rússia contorne as sanções" impostas pelos países ocidentais e "as medidas necessárias para colocar ainda mais sob mais pressão as capacidades [da Rússia] em continuar com a guerra", disse Suzuki.
No segundo dia do encontro, serão abordados outros temas, como a situação macroeconómica mundial ou o fortalecimento do sistema financeiro, para evitar novos choques nos mercados como os recentemente provocados pela falência de várias entidades bancárias nos Estados Unidos, assim como do Credit Suisse.
Suzuki explicou que, em princípio, não está previsto discutir o problema da dívida pública norte-americana, tema que ameaça ofuscar as conversações sobre outros tópicos mais amplos em Niigata.
"Penso que não vamos falar sobre isto em profundidade nesta reunião. Pelo contrário, penso ser importante rever casos específicos como a falência de entidades bancárias, nomeadamente no que diz respeito à regulação e a situação de alguma incerteza financeira em geral", disse o ministro japonês.
"Ao invés de falar de cada caso em particular, vamos falar do geral, acho que devemos procurar uma direção conjunta dentro do G7", enfatizou Suzuki.
O ministro japonês chegou ao mesmo tempo que a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, em Niigata, antes de participar nas reuniões.
Yellen declarou que fariam "todo o possível" para evitar o incumprimento da dívida dos Estados Unidos, com o objetivo de impedir o que poderia se tornar "uma catástrofe" para a primeira economia mundial e "minar a sua liderança económica" globalmente.
O G7 é o grupo dos países mais industrializados do mundo e é composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora a União Europeia também esteja representada.