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Oposição critica falta de ambição no crescimento da economia e corte no investimento

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Foto: ESTELA SILVA/LUSA

Os partidos da oposição uniram-se hoje nas críticas às Grandes Opções 2022-2026, a direita a centrarem-se na "falta de ambição" do crescimento económico e a esquerda a apontar cortes no investimento e falta de respostas às famílias.

Estas posições foram assumidas durante o debate da proposta de lei das Grandes Opções (GO) para o período 2022-2026, com a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, a concluir, no final do debate parlamentar, que nem sobre os "factos mais elementares" é possível haver entendimento, apontado ao crescimento da economia, do emprego, redução da taxa de pobreza, apoios à economia ou investimento.

Depois de classificar a proposta das Grandes Opções como um documento "cor-de-rosa" que se limita a enunciar um conjunto de "boas intenções", o deputado do PSD João Barbosa de Melo focou-se na "falta de ambição" revelada para fazer a economia "subir de patamar" e acentuando que para tal suceder são necessárias mudanças estruturais e "reformas visionárias".

O tema do crescimento económico voltaria a ser abordado por Rui Vilar, também do PSD, que criticou a insistência do Governo em comparar Portugal neste indicador com a Alemanha e França, considerando que tal não passa de uma "tática política".

Visões rebatidas quer pelo líder da bancada parlamentar do PS, quer pela ministra da Presidência, com Eurico Brilhante Dias a rebater que "quando o PSD diz" que se precisamos de reforma estruturais para termos mais ambição, os portugueses lá em casa ouvem despedimentos na função pública, cortes de salários, cortes de pensões".

"O PSD pede-nos um salto. Todos nos lembramos dos saltos que o PSD nos garantiu [no passado]. Um salto para o fundo nos salários dos direitos laborais, um salto no escuro no experimentalismo das respostas sociais", referiu por seu lado Mariana Vieira da Silva no encerramento do debate.

Pela Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo manifestou o descontentamento com a meta de crescimento de 2% em 2026 inscrita na proposta, referindo que "se alguém nesta casa fica satisfeito com crescimento de 2%", então está "em planetas de ambição totalmente diferentes" da IL.

Depois de observar que estas Grande Opções "podiam muito bem passar por um programa eleitoral de um partido", Rui Afonso do Chega considerou que o documento devia "pôr em primeiro lugar" as famílias e empresas, em vez de "apostar" num conjunto de medidas e objetivos "abstratos", porque "não vale a pena sonhar com cenários idílicos".

À esquerda, a deputada do BE Mariana Mortágua, considerou que as Grandes Opções, a par dos Programas de Estabilidade, são mais um momento em que "o Governo discorre sobre objetivos meritórios", como um sistema fiscal mais progressivo, cuja prática mostra o contrário exemplificando com a manutenção da taxa plana de IRS para os Residentes Não Habituais.

Duarte Alves, do PCP, criticou a recorrente não execução do investimento previsto, assinalando que tal acontece, "não porque não haja maios e necessidades," mas porque o Governo usa a margem orçamental para reduzir o défice e a dívida e considerou "inaceitável" que o Governo se conforme com crescimentos anémicos de 2%".

Inês Sousa Real, do PAN, também se focou no corte do investimento, apontando os "cortes de despesa que inviabilizam todo o qualquer combate sério às alterações climáticas".

O líder da bancada do PS, sublinhou, por seu lado, o "crescimento económico que surpreende", numa alusão ao crescimento do PIB no primeiro trimestre e à revisão em alta da projeção de crescimento da economia portuguesa pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Também pelo PS, a deputada Romualda Fernandes apontou alguns dados referentes aos imigrantes, nomeadamente, que as contribuições destes trabalhadores para a Segurança em 2022 atingiram 1.500 milhões de euros.