A Guerra Mundo

Kremlin lamenta morte de jornalista da AFP e pede clarificação do caso

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Foto AFP/Twitter

O Kremlin lamentou hoje a morte do jornalista da agência de notícias France Presse (AFP) Arman Soldin na terça-feira e pediu a clarificação das circunstâncias do incidente.

"Precisamos entender as circunstâncias da morte deste jornalista", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O porta-voz russo afirmou que não se devem tomar como certas as acusações da Ucrânia, que apontam os russos como autores do ataque que provocou a morte do repórter da AFP.

"Só podemos lamentar a morte do coordenador de vídeo da AFP na Ucrânia", acrescentou Peskov.

Soldin foi morto na tarde de terça-feira num ataque com um 'rocket' Grad no leste da Ucrânia, segundo os jornalistas da agência noticiosa que o acompanhavam.

O ataque ocorreu cerca das 16:30, horário local (14:30 em Lisboa), nas proximidades de Chassiv Iar, uma cidade ucraniana perto de Bakhmut, principal palco de batalha entre as forças russas e ucranianas desde o ano passado.

Arman Soldin, de 32 anos, estava acompanhado por quatro colegas, que saíram ilesos, e por soldados ucranianos, quando foram atingidos por uma salva de 'rockets'.

Os jornalistas viajam regularmente para esta área para relatar os confrontos na região, centro dos combates na Ucrânia há vários meses.

Experiente repórter de imagem anteriormente colocado em Londres, Arman Soldin era o coordenador de vídeo na Ucrânia desde setembro de 2022 e viajava com muita regularidade para as linhas da frente.

Fez também parte da equipe da AFP que cobriu os primeiros dias da invasão russa, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.

Recrutado em Roma em 2015 como estagiário antes de ingressar na delegação de Londres no mesmo ano, Arman, de nacionalidade francesa e origem bósnia, nasceu em Sarajevo.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, lamentou na terça-feira a morte do jornalista da AFP na Ucrânia.

"Com coragem, desde as primeiras horas do conflito esteve na frente para apurar os fatos. Para nos informar. Compartilhamos a dor dos seus entes queridos e de todos os seus colegas", sublinhou o chefe de Estado francês, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.

É pelo menos o 11.º repórter, intérprete ou motorista de jornalistas morto na Ucrânia desde o início da invasão russa, segundo uma contagem das organizações não-governamentais (ONG) especializadas Repórteres sem Fronteiras e o Comité de Proteção de Jornalistas.