Desporto

Figueira da Foz é a novidade de um percurso já conhecido no Rali de Portugal

Fotos DR/Rally de Portugal
Fotos DR/Rally de Portugal

A estreia de uma super especial na Figueira da Foz, no final de sexta-feira, é a principal novidade da 56.ª edição do Rali de Portugal, quinta prova do Mundial, que vai para a estrada este fim de semana.

O troço na Figueira substitui o que habitualmente se desenhava nas ruas de Coimbra, que, ainda assim, acolhe uma sessão de autógrafos dos pilotos a partir das 18:00 de quinta-feira e a partida oficial do rali, que terá lugar às 20:30, na emblemática Porta Férrea da Universidade de Coimbra.

Na manhã de sexta-feira, é também de Coimbra que os concorrentes partem para as duplas passagens pelas classificativas da Lousã (12,03 km), Góis (19,33 km) e Arganil (18,72 km), e a passagem por Mortágua (18,15 km), antes da estreia da super especial da Figueira da Foz.

Depois da passagem pela região centro do país, os concorrentes rumam, no sábado e domingo, ao norte e aos troços de Vieira do Minho (26,61 km), Amarante (37,24 km) e Felgueiras (8,91 km), que também recebem duplas passagens, antes de a popular super especial de Lousada, na pista da Costilha, encerrar o segundo dia da competição.

No domingo, há ainda o troço de Paredes, que antecede a primeira passagem pela especial de Fafe (11,18 km) e a classificativa de Cabeceiras de Basto (22,23 km).

A derradeira especial, em regime de Power Stage (com atribuição de 15 pontos extra pelos cinco mais rápidos), volta a acontecer em Fafe.

Como já é hábito, a chegada dos concorrentes acontece na cénica marginal de Matosinhos, a poucos quilómetros do centro operacional do rali, na Exponor.

O Rali de Portugal, que estará na estrada entre os dias 11 e 14 de maio, vai percorrer 329,06 quilómetros cronometrados, por entre um total de 1.636,25 quilómetros no centro e norte do país, ao longo de 19 classificativas.

Esta edição da prova é organizada pelo Automóvel Club de Portugal (ACP), contando com a maior lista de inscritos do WRC: cerca de 90 equipas.

Tira-teimas do campeonato prossegue, agora sem Ogier

A margem de quatro pontos que separa os quatro primeiros classificados do Campeonato do Mundo constitui um dos princiais aliciantes para a 56.ª edição do Rali de Portugal, que decorre entre sexta-feira e domingo.

O britânico Elfyn Evans (Toyota Yaris) parte para a prova portuguesa na frente do campeonato, com 69 pontos, os mesmos do francês Sébastien Ogier (Toyota Yaris), mas este não vai alinhar na etapa lusa, organizada pelo Automóvel Clube de Portugal (ACP), por não estar a fazer a totalidade do campeonato pelo segundo ano consecutivo.

Ainda assim, Ogier conta com duas vitórias este ano (em Monte Carlo e no México), repartindo a liderança do campeonato com Evans apesar de já ter faltado ao Rali da Suécia.

"Portugal é um bom rali, mas tem-se tornado muito duro. Há secções muito rápidas e fluidas, em que é divertido pilotar, mas há outras em que é um desafio cuidar dos pneus e do carro", frisa Evans, que terá, assim, a missão de abrir a estrada na sexta-feira (tarefa reservada ao líder do campeonato).

Já o piloto francês perde a oportunidade de se isolar no topo dos mais vitoriosos da prova lusa, pois soma cinco triunfos (2010, 2011, 2013, 2014, 2017), tantos quantos o finlandês Markku Alen (1975, 1977, 1978, 1981, 1987), desde que a prova se começou a disputar, em 1967.

O finlandês Kalle Rovanperä (Toyota Yaris), campeão em título, mas que ainda não venceu este ano, tem apenas menos um ponto do que Evans e Ogier e já sabe o que é ganhar em terras lusas.

Em 2022, tornou-se no mais novo de sempre a vencer a prova do ACP, pelo que se mostra "feliz por regressar a Portugal".

"É uma prova de que sempre gostei bastante e no ano passado pude vencer, apesar de sermos o primeiro carro em pista. É um rali que todos os pilotos já conhecem bastante bem, com especiais lendárias, pelo que o ritmo deve ser elevado e o duelo equilibrado", frisou Rovanperä.

Três pontos atrás do finlandês surge o estónio Ott Tänak (Ford Puma), vencedor em 2019, ano em que se sagrou campeão mundial.

Este ano, Tänak tem já uma vitória, na Suécia, mas tem-lhe faltado alguma consistência, pois somou problemas em Monte Carlo (foi quinto) e no México (nono).

O belga Thierry Neuville (Hyundai i20), que já venceu em Portugal em 2018, é o quinto do campeonato, a 11 pontos dos líderes, e vem de uma desistência na Croácia, a ronda anterior.

A equipa coreana ambiciona uma vitória para poder dedicá-la ao malogrado Craig Breen, piloto da equipa que morreu num teste de preparação poara o rali croata, em 13 de março, e que também estava a disputar o Campeonato de Portugal de Ralis.

"Espero que este seja um dos ralis em terra mais fáceis que teremos este ano. O ambiente [em torno da prova] destaca-se, pois tem sempre muitos espetadores. Temos o salto icónico de Fafe, alguns troços arenosos, outros duros na zona de Amarante, e é entusiasmante ter tantos adeptos connosco", disse o belga.

Nomeado por cinco vezes como "o melhor rali do mundo", a 56.ª edição do Rali de Portugal tem 329,06 quilómetros cronometrados, com um total de 1.636,25 quilómetros no centro e norte do país, ao longo de 19 classificativas.