A precariedade laboral é “um cancro que não vemos forma de conseguir debelar”
Coordenador da USAM diz que muitas das razões que estiveram na origem das celebrações do 1.º de Maio hoje ainda se mantêm.
O coordenador da União dos Sindicatos da Madeira (USAM), Alexandre Fernandes, disse, esta manhã, em mais um Dia do Trabalhador, que mantêm-se muitas das razões que estiveram na origem das celebrações do 1.º de Maio, nomeadamente a luta pela jornada das oito horas de trabalho, contra a precariedade laboral, “um cancro que não vemos forma de conseguir debelar, apesar dos paliativos com que o Governo vai tentando disfarçar esta questão”, contra a desregulação dos horários de trabalho, a diminuição da jornada de trabalho diário para poder conciliar a vida profissional com a vida pessoal.
O sindicalista quis ainda, em frente à Assembleia Legislativa, momentos antes de mais uma manifestação para reivindicar todos estes direitos, alertar para a contratação colectiva e a sua caducidade. “De facto, a Agenda do Trabalho Digno e as recentes alterações que hoje entram em vigor não retiram, nem diminuem, toda essa questão”, não assegurando um tratamento mais favorável ao trabalhador.
Numa Região com cerca de 120 mil pessoas no activo, e atendendo ao facto de a moldura humana na manifestação em curso ser residual, o dirigente sindical falou destes números.
“Quem assume a responsabilidade de ser activista sindical tenta fazer o melhor para trazer à rua aquelas que são as questões do mundo do trabalho. Evidentemente que gostaríamos de ter a maior massa humana, em termos da manifestação, mas compreendemos que a questão da precariedade afecta sobremaneira os trabalhadores, e há muitos receios, infelizmente, que naturalmente solidários com as lutas têm muita dificuldade em quererem se expor”. Alexandre Fernandes, USAM
Os cerca de 200 participantes vão, ao longo do percurso, entoando palavras de ordem. ‘Paz sim, guerra não’; ‘CGTP unidade sindical’; ‘Maio está na rua a luta continua’; ‘É justo e necessário o aumento do salário’; ‘Não à precariedade, sim à estabilidade’; ‘35 horas para todos sem demoras’; e ‘A luta continua nas empresas e na rua’.