A Guerra Mundo

Diplomatas dos EUA e da Federação Russa discutem caso de jornalista detido

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A embaixadora dos EUA na Federação Russa e um diplomata russo reuniram-se hoje para discutir o caso do jornalista do Wall Street Journal (WSJ) detido na semana passada, sob acusações de espionagem, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

Lynne T. Tracy reuniu com o vice-ministro Sergei Ryabkov, ocasião em que este sublinhou o que disse ser "a natureza séria das acusações" ao jornalista norte-americano Evan Gershkovich, segundo um comunicado ministerial.

"Foi enfatizado que ele foi apanhado em flagrante a procurar obter informação secreta, usando o seu estatuto de jornalista como cobertura para ações ilegais", ainda segundo este texto.

Gershkovich, com 31 anos, foi detido em Yekaterinburg, a quarta maior cidade russa, em 29 de março. É o primeiro correspondente dos EUA a ser detido na Federação Russa por alegada espionagem desde a Guerra Fria. Antes do WSJ trabalhou para a agência noticiosa francesa AFP, também em Moscovo.

O Serviço Federal de Segurança (FSB, sucessor do KGB) russo acusou Gershkovich de procurar obter informação classificada sobre uma fábrica de armas. O WSJ negou as acusações.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ligou ao homólogo russo, Sergey Lavrov, no domingo, durante um raro telefonema entre os dois desde o início da invasão da Ucrânia pela Federação Russa, a quem solicitou a libertação imediata de Gershkovich, bem como a de outro detido norte-americano, Paul Whelan.

Apesar deste telefonema, Sergei Ryabkov disse a Lynne T. Tracy que era "inútil" pressionar os dirigentes de Moscovo sobre este caso.

Gershkovich está sob detenção provisória, enquanto espera o desenvolvimento do processo.

Tanto o jornal, como o próprio jornalista, respeitado pelo seu rigor, já desmentiram as acusações.

O presidente norte-americano, Joe Biden, também já apelou à sua libertação.