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A Região não é pobre, está empobrecida

A população portuguesa está mais pobre e a ficar para traz. Há mais pessoas no limiar da pobreza, mesmo depois dos apoios sociais. E os ricos estão mais ricos. Nesta sequência, Portugal piorou a sua posição no âmbito da União Europeia.

Em três indicadores considerados “chave” Portugal regrediu: a percentagem de população em risco de pobreza ou exclusão social; a taxa de risco de pobreza e a desigualdade na distribuição do rendimento.

Não menos preocupante é o facto de o agravamento da pobreza entre os trabalhadores: o número de trabalhadores pobres continua a aumentar. E a qualidade do emprego e os baixos salários praticados em Portugal estão a agravar a pobreza no País. São estes problemas estruturais da sociedade portuguesa que estão a conhecer agravamentos na atual conjuntura económica e social.

Na sequência de dinâmicas das políticas nacionais e fruto das erradas prioridades definidas para o desenvolvimento da Região Autónoma da Madeira, tendo em conta a escalada de preços que se tem vindo a verificar na inflação, as pessoas que residem nesta região sofrem uma acentuada perda do seu poder de compra.

Por isso, se esta região já registava dos mais negativos indicadores da desigualdade social, as injustiças sociais mais se agravam nestes dias em que na Madeira e no Porto Santo acontece um brutal ataque ao poder de compra dos trabalhadores, dos reformados e dos pensionistas, com mais gravosa incidência junto de quem sobrevive com os mais baixos rendimentos.

Assim, a Madeira não é uma região pobre por falta de recursos económicos, que existem. A Região não é uma região pobre por não ter riqueza criada, nem por insuficiência dos meios necessários ao desenvolvimento. A Madeira não é uma região pobre, está empobrecida.

Dizer que a Madeira não é uma região pobre não significa afirmar que não existe o flagelo da pobreza. Aliás, cada vez mais se verifica uma configuração agravada das desigualdades sociais e territoriais.

Esta região está empobrecida em consequência de elitistas e erradas definições das prioridades nas políticas desencadeadas pelo Governo da República e em virtude das discriminatórias e desastradas opções impostas pelo Governo Regional. A Região está empobrecida em consequência de uma prolongada lógica de redistribuição da riqueza produzida que cristaliza determinadas desigualdades e provoca a emergências de mais pobres.

Contudo, se a Madeira é uma Região empobrecida, não está fatalmente condenada a injustiça social tão escandalosa. Não nos podemos resignar perante o intolerável. É possível uma política alternativa. É possível viver melhor na nossa terra!