Drones ajudam a localizar espécies endémicas raras e ameaçadas
Uma equipa do Grupo de Botânica da Madeira, entidade que integra a Faculdade de Ciências da Vida da Universidade da Madeira (UMa), em colaboração com o National Tropical Botanical Garden Hawai (EUA), realiza, esta semana, trabalhos de campo para a localização de espécies raras e ameaçadas da flora do arquipélago da Madeira com recurso a aeronaves não tripulados, vulgarmente designadas de drones.
Através de comunicado, a UMa refere que estes trabalhos integram um projecto financiado pelo Mohamed Bin Zayed Species Conservation Fund, e assentam na georreferenciação das plantas localizadas em ravinas rochosas, de acesso impossível por outros meios, tais como as falésias do Cabo Girão, incluídas no sítio de Rede Natura 2000, PTMAD0011.
Integram a equipa Miguel Menezes Sequeira, professor na UMa e que já desempenhou as funções de presidente do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza (IFCN), Célia Bairos e Ben Nyberg, este último piloto e especialista na utilização desta tecnologia e "com larga experiência na localização de plantas nas ilhas do Hawai".
Ontem, a equipa localizou uma nova população de 'Cheirolophus massonianus', uma planta endémica do arquipélago da Madeira, bastante rara e ameaçada. Este conjunto de indívíduos desta planta era, até agora, desconhecido, permitindo, assim, mais do que duplicar o número de plantas conhecidas.
Nos próximos dias, a mesma equipa irá proceder a levantamentos detalhados na ilha do Porto Santo, também aqui com o apoio do IFCN.
A mesma fonte refere que está prevista a participação dos alunos do mestrado em Biologia Aplicada, daquela universidade.
"Este projecto enquadra-se nos objectivos do GBM (FCV, Universidade da Madeira) e os resultados obtidos serão partilhados com IFCN de forma a potenciar o conhecimento e actividades de conservação desta e de outras espécies da flora do arquipélago da Madeira", concluem.