ONG acusam polícia turca de torturar suspeitos de crimes
A Amnistia Internacional e a Human Rights Watch acusaram hoje as forças policiais turcas de torturarem pessoas suspeitas de crimes nas regiões devastadas pelos sismos de 06 de fevereiro.
Uma pessoa morreu sob custódia das autoridades após ser torturada, afirmou a Human Rights Watch (HRW) em comunicado.
As organizações acusaram também as autoridades de não intervirem para impedir agressões a outras pessoas alegadamente suspeitas de crimes.
"As autoridades estão a tratar o estado de emergência para o desastre natural como uma licença para torturar, maltratar e até matar impunemente", disse o diretor da HRW para a Europa e Ásia Central, Hugh Williamson.
Todos os casos denunciados pelas organizações ocorreram nas dez províncias cobertas pelo estado de emergência decretado pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, a 07 de fevereiro.
Apenas sete das 13 vítimas examinadas apresentaram queixa oficialmente, lê-se no documento.
As organizações exortaram as autoridades turcas a realizar uma investigação completa e imparcial, independentemente de as vítimas serem suspeitas de crimes.
"As descrições e imagens angustiantes de violência desenfreada por parte das autoridades a abusar do seu poder no meio do pior desastre natural que o país já enfrentou não podem ser descartadas", destacou o diretor da AI para a Europa, Nils Muiznieks.
Um sismo de magnitude 7,8 na escala de Richter atingiu o sudeste da Turquia e o norte da Síria no dia 06 de fevereiro.
Mais de 50 mil pessoas morreram na sequência da tragédia.