PS diz ser natural "partilha de informação" entre entidades e critica "faits-divers"
O PS considerou hoje natural a "partilha de informação" entre deputados, Governo e entidades, como a que aconteceu com a presidente executiva da TAP, na véspera da audição de janeiro, e acusou alguns partidos de "criar casos e casinhos".
À saída da audição de Christine Ourmières-Widener na comissão de inquérito à TAP, que se prolongou na terça-feira por quase sete horas, o coordenador do PS, Carlos Pereira, quis falar aos jornalistas para referir que desta inquirição "não há de facto nada de novo que não sejam estes casos" criados pelos outros partidos, sublinhando que a CEO da empresa esteve no parlamento "zangada e ressentida".
Questionado pelos jornalistas sobre uma reunião realizada na véspera da audição de janeiro, na comissão de economia, da presidente executiva da TAP e na qual estiveram presentes membros dos gabinetes de diferentes Ministérios e do grupo parlamentar do PS, Carlos Pereira começou por qualificar esta questão de "faits-divers".
"São reuniões que se fazem preparatórias, outras de partilha de informação que servem para que o escrutínio seja fino, sério e responsável", disse, recusando qualquer comportamento ético reprovável.
Para o socialista, o que se passou nesta reunião - trazida a público pela IL ao longo da audição - "é aquilo que é habitual acontecer", considerando que "há partilha de informação" entre os assessores do Governo, o grupo parlamentar e as entidades "para compreender o que é que são os temas" em análise.
"A partilha de informação é absolutamente normal, seria anormal não haver partilha de informação. Tal como há partilha de informação do Governo com outros partidos se isso for solicitado. Não há aqui nada de anormal nesse processo", sublinhou.
Questionado sobre de quem partiu a iniciativa, Carlos Pereira começou por responder não saber, uma vez que "foi convidado" para uma "reunião por videoconferência".
Garantindo que não aceita todas as reuniões, e perante a insistência dos jornalistas sobre a origem do convite, respondeu: "veio da secretária".
À pergunta "secretária de quem", Carlos Pereira clarificou: "da minha secretária", ficando por esclarecer de onde veio aquele convite, uma vez que o deputado disse apenas ter respondido a "tudo o que tinha para responder".