BE-Madeira acusa Governo Regional de continuar a "usar os dinheiros públicos para financiar lares privados"
O BE-Madeira está preocupado com o rumo da governação da Madeira e hoje deu uma conferência, com a participação de Dina Letra, coordenadora regional do partido, e Roberto Almada, candidato às Regionais de 2023, onde focou a atenção na questão do envelhecimento da população.
No âmbito no PRR, o BE-M começa por referir que o Governo reservou, e bem, 79 milhões de euros para o alargamento e requalificação da rede de estabelecimentos residenciais e não residenciais para pessoas idosas, num total de 910 vagas.
"Temos um problema claramente identificado com o envelhecimento da população da Madeira: existe um grande número de idosos com doenças crónicas e muitos deles a necessitarem de cuidados continuados", diz o partido
Aliás, todos sabemos que as baixas problemáticas que ocupam dezenas de camas no hospital resultam dessa necessidade de cuidados, a que acresce as tremendas dificuldades das famílias em prestar a assistência devida aos seus familiares, quer por falta de condições físicas quer financeiras, principalmente. BE-M
E deixa um alerta: sem uma resposta eficaz por parte da Segurança Social, sem recursos financeiros para pagar 1 pessoa que fique com o seu familiar, muitas, desesperada, não têm outra opção. Tudo para tecer críticas à actuação do Executivo madeirense.
E o que se vê o governo regional fazer perante este problema e com a verba que tem disponível? Continua a usar os dinheiros públicos para financiar lares privados, com mensalidades exorbitantes e a que a maioria da população não terá acesso. Isto depois de sabermos que o Governo Regional deu, em tempos, um aval superior a 4 milhões de euros para a construção da Dilectus, um lar para idosos ricos. Privatiza o maior lar da RAM, o Lar da Bela Vista, e assim cria mais um monopólio privado, com a agravante das obras de reabilitação do edifício, interrompidas pela pandemia, serem suportadas por dinheiros públicos. Apesar de toda a opacidade em torno deste tema e da lei da rolha que foi imposta, os funcionários do lar permanecem com vínculo à função pública, e o seus ordenados, em princípio, deverá ser pago com o erário público. E assim é tão fácil ser 1 empreendedor de sucesso nesta região. Basta ter os contactos certos. BE-M
Para o BE-M, uma coisa é clara: "O PSD/CDS deixaram há muito de governar para todas e todos os madeirenses e porto-santenses e estão a vender a Madeira".
"Tudo passou a ser um negócio, onde não há nem são colocadas linhas vermelhas à ganância dos privados", acusa.
O BE-M diz-se contra este "modelo de governo mercantilista do PSD/CDS, que está a vender o Estado Social e os serviços públicos essenciais de apoio à população".
E com isso, a agravar as desigualdades e a criar um fosso ainda maior entre ricos e pobres. É preciso assegurar o acesso aos lares a todas e todos os idosos que dele necessitam, dar às famílias uma alternativa de cuidados dos seus idosos que não seja apenas a de deixá-los nas urgências do hospital, o que vai continuar a acontecer se não houver uma oferta pública. BE-M
Por isso, o BE-M defende uma rede pública de cuidados que reforce a oferta pública de lares e de centros de dia; que reforce a rede de apoio domiciliário e que apoie de facto os cuidadores informais "e não lhes dê apenas esmolas, a que muitos nem sequer têm acesso".
E deixa uma garantia: "O BE-M reafirma a sua clara oposição à privatização do Lar da Bela Vista, e na próxima legislatura, quando regressarmos à ALRM, iremos propor a imediata reversão desta medida, porque o privado é só para alguns e o público é para todos".