Madeira

Navio Mondego ​"esteve sempre seguro", diz a Marinha

Incidente de dia 27 deveu-se a perda súbito de dois geradores eléctricos e dois motores de propulsão

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Foto Miguel Espada/ Aspress

O NRP Mondego - que saiu esta manhã do porto do Caniçal, para efectuar provas no mar - terá perdido "subitamente os dois geradores elétricos e os dois motores de propulsão", sendo este o motivo que obrigou a abortar mais uma missão na última semana, revelou a Marinha.

"Na noite de 27 de Março de 2023, a cerca de 8 km a Sul do Porto do Funchal, em direcção às Selvagens, o NRP 'Mondego' perdeu subitamente os dois geradores elétricos e os dois motores de propulsão", refere o comunicado enviado, ao final da tarde, às redacções.

"​​O navio esteve sempre seguro, tendo sido chamados dois rebocadores que o rebocaram, sem incidentes, para o Porto do Caniçal", assegura a autoridade marítima em comunicado.

A mesma nota dá conta que #o navio encontra-se operacional" e que "a causa da paragem súbita de quatro motores diesel, dois geradores eléctricos e dois propulsores, resultou de baixos níveis de combustível no tanque de serviço que alimenta os respetivos motores e geradores", explica.

"Após a reposição de combustível no tanque de serviço os dois geradores e os dois propulsores arrancaram sem problemas", completa a mesma nota.

A Marinha confirma também que "o navio está recuperado e já navegou hoje" e que "estão em curso averiguações para apurar o que falhou na resposta ao mecanismo de alerta de nível baixo de combustível no tanque de serviço e reposição deste por trasfega de um dos nove tanques de reserva existentes a bordo".

O tempo que mediou a reposição do navio ao serviço "deveu-se à necessidade de recolher evidências sobre as causas do incidente e registar o estado da plataforma. Este processo envolveu, desde logo, a necessidade de testar a qualidade de combustível de todos os tanques a fim de excluir a paragem destes por motivos de degradação do mesmo, o que levou o navio a estar inativo, sem geradores eléctricos, dois dias. Neste período o Mondego foi apoiado pelo NRP 'Setúbal' atracado no mesmo cais", acrescenta o comunicado da Marinha.

O NRP Mondego está envolto em polémica após 13 militares se terem recusado a embarcar, alegadamente devido à falta de condições de segurança a bordo, no dia 11 de Março, quando se preparavam para uma missão de acompanhamento a um navio russo que navegava ao largo do Porto Santo. O processo está a agora a decorrer, com os 13 militares a serem acusados de insubordinação. 

Este caso motivou a rendição desses elementos, que após uma série de treinos tentaram sair do porto do Funchal. No entanto, a 27 de Março, uma nova avaria motivou que o NRP Mondego fosse rebocado para o porto do Caniçal, onde permaneceu até hoje