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Centenas de norte-americanos conseguiram chegar hoje a Porto Sudão

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Centenas de norte-americanos fugidos de duas semanas de uma guerra sangrenta no Sudão chegaram hoje ao porto na zona este daquele país, na primeira retirada de cidadãos dos Estados Unidos cumprindo um trajeto escoltado por drones armados.

Aeronaves não tripuladas norte-americanas, que há dias vigiam as rotas de evacuação terrestre, garantiram a vigilância armada ao conjunto de autocarros que transportou entre 200 e 300 norte-americanos durante 800 quilómetros até Porto Sudão, um local de relativa segurança, divulgaram as autoridades dos EUA.

Desde que começou o conflito no Sudão já chegaram à cidade portuária de Jeddah, na Arábia Saudita, mais de 5.000 pessoas de 96 nacionalidades.

Os EUA, que não dispunham de nenhum funcionário no local para a retirada, foram criticados por familiares de norte-americanos retidos no Sudão após terem, inicialmente, descartado qualquer retirada administrada pelos EUA dos cerca de 16.000 concidadãos a residir no Sudão que desejam sair.

Soldados das operações especiais dos EUA voaram para a capital, Cartum, em 22 de abril para assegurar o transporte dos funcionários norte-americanos da embaixada e outros funcionários do Governo dos Estados Unidos. Mais de uma dúzia de outras nações já procederam à retirada de cidadãos, usando aviões militares, navios da marinha e pessoal de terra.

Um amplo grupo de mediadores internacionais - incluindo nações africanas e árabes, as Nações Unidas e os Estados Unidos - apenas conseguiu alcançar uma série de frágeis cessar-fogos temporários que não conseguiram interromper os confrontos, mas criaram o espaço necessário para que dezenas de milhares de sudaneses fugissem para áreas mais seguras e nações estrangeiras procedessem à retirada de milhares dos seus cidadãos por terra, ar e mar.

Desde 15 de abril, o Sudão tem estado envolvido num conflito entre o exército e o poderoso grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), em combates originados por tensões sobre a forma de integrar os paramilitares nas forças armadas no âmbito de um processo de transição democrática.

Os Estados Unidos retiraram por via aérea todos os seus diplomatas e militares e encerraram a sua embaixada no passado dia 22, deixando para trás vários milhares de cidadãos americanos, muitos dos quais com dupla nacionalidade.

A administração Biden tinha avisado que não tinha planos para se juntar a outros países na organização da retirada de cidadãos americanos comuns que quisessem sair, considerando-a demasiado perigosa.

Segundo dados da ONU e de outras organizações, desde o início dos combates, perto de 50.000 pessoas fugiram do território sudanês para os países vizinhos, sobretudo Chade, Sudão do Sul e Egito.

A ONU estima ainda que se a violência continuar no Sudão, poderá causar deslocações de mais de 270.000 pessoas.

Pelo menos 528 pessoas morreram e quase 4.600 ficaram feridas devido aos confrontos entre o exército e o grupo paramilitar Força de Apoio Rápido (RSF), anunciou hoje o Ministério da Saúde.